Dissimulações publicitárias para uma realidade simulada: por um modelo de comunicação da publicidade que entretém
Publicidade e Entretenimento; Semiótica; Efeitos de Sentido; Apropriações de Sentido; Simulações do Real.
Esta tese investiga a interseção entre publicidade e entretenimento, com foco na análise dos efeitos de sentido e das apropriações realizadas pelo público diante de estratégias publicitárias que se expandem por meio da ficção. Fundamenta-se nos estudos da sociedade de consumo (Baudrillard, 2012), da semiótica greimasiana (Barros, 2011) e peirceana (Santaella, 2012), da sociossemiótica (Alsina, 1995; Landowski, 2014) e do espetáculo aplicado à publicidade e ao entretenimento (Debord, 2003). A pesquisa aborda as relações comunicativas entre publicidade, entretenimento e consumidor, com o objetivo central de compreender como a manipulação publicitária e os efeitos de sentido influenciam as apropriações realizadas pelos consumidores em um contexto de cultura participativa, considerando uma perspectiva comparativa entre Brasil e Espanha. A metodologia adota uma abordagem teórico-metodológica semiótica, utilizando ferramentas como programas narrativos (Barros, 2011), análise visual (Santaella, 2012) e regimes de interação (Landowski, 2014), para compreender os efeitos de sentido das estratégias publicitárias. Além disso, foram aplicados estudos de caso, surveys e grupos focais para investigar as respostas do público e suas apropriações de sentido. Os objetos de estudo incluem estratégias de product placement e branded content em produções ficcionais no Brasil e na Espanha. Como resultado, a pesquisa propõe um modelo comunicativo que considera a interação entre publicidade que entretém e o consumidor participativo, destacando como a persuasão publicitária, ancorada em narrativas emocionais e simbólicas, influencia e reforça identidades e comportamentos. A tese conclui que, no contexto do entretenimento, a publicidade promove uma falsa percepção de liberdade de interação, na qual o público participa de forma condicionada pelas estratégias persuasivas das marcas, resultando em uma relação marcada por ajustamentos e manipulações.