PPGCO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO - CAC DEPARTAMENTO DE COMUNICACAO SOCIAL - CAC Teléfono/Ramal: No informado

Banca de DEFESA: SÉRGIO DO ESPÍRITO SANTO FERREIRA JUNIOR

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: SÉRGIO DO ESPÍRITO SANTO FERREIRA JUNIOR
DATA : 16/12/2024
HORA: 08:30
LOCAL: Videoconferência Via Google Meet
TÍTULO:

Quem diz chacina diz o quê? Genocídio negro, acontecimento violento e sentidos em disputa em relatos midiáticos


PALAVRAS-CHAVES:

Acontecimento. Genocídio negro. Relato midiático. Violência. Chacina.


PÁGINAS: 170
RESUMO:

Como ocorrência concreta e parte dos saberes sobre violência e segurança pública no Brasil, o tema das chacinas, especialmente aquelas perpetradas por agentes vinculados ao Estado, tem suscitado o reexame das múltiplas facetas que envolvem o fenômeno. Buscamos abordá-las aqui como acontecimentos violentos para compreender como evidências do genocídio negro encontram-se presentes em relatos midiáticos a seu respeito, tomando como ponto de partida aquela que ficou conhecida como a Chacina de Belém, que ocorreu em 2014, no estado do Pará, cometida por grupos milicianos como retaliação ao assassinato de um policial militar líder de um esquadrão
da morte. Para tanto, apresentamos como o genocídio negro se manifesta em nosso país, apontando as relações entre sua ocorrência e a violência e o terrorismo de Estado racialmente orientados, em que este mesmo Estado se encontra ativamente engajado no extermínio das populações negras e periféricas. Do ponto de vista teórico-metodológico, lidamos com os relatos midiáticos a partir de como integram um processo de acontecimentalização, identificado como o trabalho realizado coletivamente por múltiplos agentes para definir e descrever aquilo que se passou na vida social, por meio de uma atividade de feitura dos acontecimentos. O estudo da chacina contempla seu percurso acontecimental, noção relacionada às operações de caráter público em torno do acontecimento para descrevê-lo, explicá-lo e lhe conferir identidades mais ou menos estabilizadas, com atenção para os fluxos que participam de sua formação. Diante da preocupação com a violência racializada e a racialização desse massacre, analisamos um ano de cobertura sobre a chacina a partir de relatos midiáticos publicados na internet, das mais diversas origens institucionais, como mídias jornalísticas, político-partidárias, de movimentos sociais etc., que representam a reverberação desse acontecimento violento. A partir da análise deste percurso acontecimental, mapeamos cinco fluxos relacionados às ações no interior do acontecimento e aos estados de transformação pelo qual passou: a) o momento do chacinamento, quando houve o massacre e o surgimento das primeiras informações sobre ele; b) a reação político-institucional, quando órgãos oficiais tentaram deslegitimar a identificação da chacina e distanciar-se de sua perpetração; c) a reivindicação da chacina, quando ocorreu uma série de manifestações públicas de problematização às respostas político-institucionais que vinham sendo dadas; d) a CPI das Milícias, quando foi instalada uma investigação sobre a atuação de milícias e a revelação sobre suas ligações com aquela e outras chacinas no Pará; e e) o arrefecimento do acontecimento, quando veio à tona a perspectiva das vítimas, das comunidades afetadas e dos familiares das pessoas mortas durante a chacina, contiguamente a uma rarefação na cobertura sobre a matança. A constituição deste acontecimento-chacina como instância do genocídio negro torna-se evidente a partir dos padrões de vitimação, da inexistência de um luto coletivo para além das comunidades periféricas, pela intensa demanda por responsabilização do Estado feita pela sociedade civil, e pelo ocultamento dos rostos e histórias das vítimas deste massacre.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - JESSÉ ANDRADE SANTA BRÍGIDA - UNAMA
Presidente - 3227594 - CRISTINA TEIXEIRA VIEIRA DE MELO
Interna - 2312853 - IZABELA DOMINGUES DA SILVA
Interno - 1121252 - JEDER SILVEIRA JANOTTI JUNIOR
Externa à Instituição - LIGIA COELI SILVA RODRIGUES - UFCA
Externo à Instituição - TOBIAS ARRUDA QUEIROZ - UERN
Notícia cadastrada em: 22/11/2024 10:44
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