CARNAVAL COMO AGÊNCIA POLÍTICA EM PROTESTOS BRASILEIROS: Por uma virada sônica nos Estudos de Performance
Carnaval; Performance; Estudos do Som; Protesto.
Na história do Brasil, o Carnaval está impresso como um aguçador de tensões (SIMAS, 2019), produzindo um ambiente festivo de disputas que é palco para protestos desde sua origem. Assim, este estudo investiga o potencial conceitual do carnaval como agente mobilizador das políticas nas ruas e questiona o uso do conceito essencialmente como prática cidadã. A maioria das investigações que articulam carnaval e protesto são fundamentadas em conhecimentos arquivais, como vídeos, fotos, reportagens; de forma a privilegiar uma análise discursiva dos registros visuais. Dessa forma, promove-se uma guinada sonora-festiva de ordem performática nos estudos comunicacionais dos protestos brasileiros, partindo uma metodologia transversal que tem como eixo principal estudos do som (BIELETTO-BUENO, 2019; LABELLE, 2020) e performance (TAYLOR, 2013; MARTINS, 2020), a fim de apreender como o som e a escuta constroem pontes entre as pessoas e seus entornos, negociando história, memória, identidade cultural e senso de pertencimento. As performances de protestos investigadas neste trabalho têm como base narrativas audiovisuais mediadas pelas redes sociais e vivências próprias, de forma a tensionar a problemática da presença.