Visualidades imperiais: Uma leitura contracolonial dos arquivos da escravidão no Brasil oitocentista
Fotografia; Visualidade; Raça; Retrato; Paisagem; Imperialismo
A pesquisa analisa o papel da fotografia no contexto do imperialismo e colonialismo, a partir da visualidade conferida às pessoas negras e paisagens no Brasil do século XIX. Com o objetivo de investigar como a fotografia foi utilizada para impor um olhar externo e colonizador sobre o país, perpetuando estereótipos e promovendo um imaginário visual de identidade nacional, o texto também examina como as categorias de retrato e paisagem foram moldadas por uma mirada imperial, destacando como a visualidade foi fundamental na invenção do Outro racial e da identidade do Brasil enquanto projeto de nação. Inspirada no princípio da errância e do conceito de fugitividade (Motten; Harvey), a metodologia envolve uma interpretação fabulativa (Hartman) de imagens e arquivos, destacando as vidas cotidianas não registradas a partir de reelaborações narrativas. O texto conclui questionando as possibilidades de conjurar a lacuna histórica em uma potência imaginativa aberta à multiplicidade, especialmente considerando o contexto de produção das fotografias do século XIX no Brasil.