Fotografia de atualidades no cenário de plataformização, IA e fotojornalismo pós-massivo.
fotojornalismo, plataformização, individuação do fotojornalismo
Este trabalho tem o objetivo de investigar o fotojornalismo em seu fenômeno de plataformização e as tensões estéticas, técnicas e deontológicas consequentes desse movimento. Para tanto, se fez necessário visitar as três revoluções da fotografia de atualidades propostas por Jorge Pedro Sousa (2000) e rebater este conteúdo sobre as rotinas contemporâneas do fotojornalismo. O intento desta metodologia é perceber as “alavancas” que sejam suficientemente potentes para funcionar como ponto médio de orientação da prática do fotojornalismo. O marco de pivotagem escolhido para os primeiros momentos da pesquisa refere-se à fotografia “A morte de um miliciano”, de Robert Capa (1936) para apresentar o cenário histórico, tecnológico, estético e deontológico do período. Assumindo essa imagem como ponto médio da prática da fotografia de imprensa, invoca-se o pensamentos de McLuhan (1964), “O instrumento técnico é uma extensão do corpo” e a reflexão de Barthes (1980) “Isso foi”, para justificar a consolidação da fotografia como um instrumento a serviço do jornalismo. No desenvolvimento da pesquisa, nos debruçamos sobre a segunda e a terceira revolução do fotojornalismo, não com o objetivo de estabelecer uma historiografia desta linguagem, mas sim, ancorados em Deleuze e Guattari (2010) e em Gilbert Simondon (2020), vasculhar uma identidade, uma individuação, para o fotojornalismo no percurso sobre a linha estática do tempo e encontrar uma imagem central, como uma flecha atemporal, que seja pervasiva por todas as fases da fotografia de atualidades. Em tempo, fundamentado em Afonso Júnior (2021) e Jenkins (2006 e 2014) abordaremos o contexto de conexão generalizada somado à fotografia de notícias embarcada nas plataformas digitais e quais os arranjos existentes neste cenário, somado a isso, o pensamento de Nicholas Mirzoeff sobre a cultura da selfie (2016) e como essa maneira de produzir, preservar, distribuir e acessar fotografia pode estar interferindo no consumo e na produção de imagens de notícia. Por fim, apresenta-se o argumento observando como e se a Inteligência Artificial (IA) penetra pelas imagens de notícia e de que maneira isso pode implicar em um horizonte que rebata o início do fotojornalismo onde a fotografia serviria como base para uma ilustração.