Imagens de defesa: enquadramentos da violência policial pelas mídias radicais alternativas
imagens de violência; violência policial; enquadramento; mídia radical alternativa; redes digitais
Nesta dissertação, questionamos, como problema de pesquisa, como as mídias radicais alternativas constroem produtos midiáticos a partir de imagens de violência policial. Buscamos identificar e compreender as diversas formas como movimentos sociais veículos de comunicação ativistas e alternativas utilizam imagens flagrantes de violência policial na composição de seus materiais. Para tal, partimos da reconstituição de partes icônicas da história visual da violência brasileira, demarcando a instrumentalização de imagens de conflitos pelos agentes das ideologias dominantes e os processos de desenquadramentos promovidos como resposta à violência (BUTLER, 2018). Seguimos na investigação buscando compreender como a comunicação surge como tática de autodefesa dos povos (DORLIN, 2020), situando esses esforços informacionais na categoria de Mídia Radical Alternativa (DOWNING, 2004) em razão de seus contextos e propósitos. Tentamos compreender também como as dinâmicas entre os atores nas redes digitais alimentam comoção e revolta nelas através de imagens da violência policial, chegando a insuflar protestos nas ruas, influenciar ações políticas e jurídicas, e pautar os veículos tradicionais de imprensa (MATTOS, 2017). Analisamos o nosso corpus, composto por projetos de mídia radical alternativa brasileiros disponibilizados online entre 2020 e 2022, com o auxílio dos instrumentos da Análise de Conteúdo (BARDIN, 2002) e da “leitura crítica de narrativas audiovisuais” desenvolvida por Becker (2012).