Mercado fitness e Biossociabilidades do Consumo: um estudo sobre a marca Desincha
Fitness; Comunicação; Publicidade; Biossociabilidades; Consumo.
O mercado fitness no Brasil apresenta crescimento expressivo, movimentando mais de R$ 34 bilhões apenas nos segmentos de nutrição esportiva e vestuário (Euromonitor International, 2024). Esse avanço não se restringe a um fenômeno econômico, mas reflete também um processo sociocultural que articula saúde, consumo e produção de subjetividades. Nesse cenário, o corpo magro, produtivo e esteticamente valorizado emerge como símbolo de sucesso e objeto de desejo, atravessando discursos midiáticos, estratégias publicitárias e estilos de vida (Featherstone, 1995). A busca incessante pela melhoria da performance corporal e pela autogestão da saúde sustenta a centralidade de produtos e serviços voltados à otimização física e mental. Entre as marcas que se destacam, encontra-se a Desinchá, que reúne mais de 2 milhões de seguidores no Instagram e comercializa desde chás “desinchantes” até suplementos para sono e energia. Esta pesquisa qualitativa busca compreender as relações entre consumo no mercado fitness, publicidade e biossociabilidades do consumo. O objetivo central é investigar como os padrões de consumo promovidos pela marca se articulam à lógica das biossociabilidades (Hoff, 2016) e à produção de subjetividades alinhadas à racionalidade neoliberal, considerando o papel mediador da publicidade nesse processo. Para tanto, será realizada a coleta sistemática de postagens, legendas e imagens publicadas no Instagram da marca Desinchá, de janeiro à junho de 2025, sob o critério das temáticas das biossociabilidades. A abordagem adotada possibilitará compreender não apenas os conteúdos explícitos, mas também as mensagens implícitas e os valores associados ao discurso da marca, contribuindo para reflexões sobre marketing digital, cultura de consumo e construção de subjetividades e estilos de vida nas redes sociais. No primeiro capítulo, já concluído, foram abordados conceitos como biopoder (Foucault, 1976; 2006; 2013; 2015), biossociabilidades (Ortega, 2003) e biossociabilidades do consumo (Hoff, 2015). Os capítulos seguintes (dois e três) aprofundam o debate sobre o mercado fitness, o corpo e a lógica da performance na contemporaneidade. Por fi capítulo final apresentará a análise da marca Desinchá, articulando os aportes teóricos às evidências empíricas obtidas.