DIPLOMACIA PUBLICA E JORNALISMO INTERNACIONAL: A imagem dos Estados Unidos a partir da cobertura de midia no Brasil durante o processo de eleicoes estadunidenses de 2020.
Diplomacia Pública, Eleições estadunidenses, Mídia.
Esta pesquisa investiga como os discursos de diplomacia pública dos Estados Unidos são mediados, apropriados e ressignificados pela mídia jornalística brasileira, com o objetivo de compreender os modos de construção da imagem dos EUA no Brasil. Partindo do entendimento de que o jornalismo é um ator central na mediação simbólica internacional, a proposta analisa como narrativas associadas ao soft power norte-americano circulam e são reconfiguradas em um contexto midiático estrangeiro. A abordagem teórica articula contribuições dos Estudos de Comunicação, das Relações Internacionais e da Análise do Discurso, especialmente a partir de autores como Joseph Nye, Nicholas Cull, Michel Foucault, Pierre Bourdieu e Dominique Mangueneau. O jornalismo é compreendido não apenas como canal transmissor, mas como espaço de disputa e produção ativa de sentidos sobre os Estados e seus posicionamentos internacionais. O corpus da pesquisa é composto por matérias publicadas na mídia brasileira, em veículos de ampla circulação, que abordam temas estratégicos para a diplomacia pública norte-americana — como cultura, cooperação internacional, política externa e valores democráticos. A metodologia adotada é qualitativa, com foco na análise discursiva, buscando identificar regularidades, deslocamentos e contradições nos modos como os Estados Unidos são representados no Brasil, tendo como recorte de estudo as eleições de 2020 e o discurso do Presidente Donald Trump a respeito de uma suposta ocorrência de fraude na regularidade do pleito. Ao analisar como um país se projeta internacionalmente a partir de um ecossistema midiático que não controla diretamente, esta pesquisa contribui para a compreensão das estratégias contemporâneas de diplomacia pública e do papel do jornalismo na produção de imaginários internacionais.