A divulgação científica no Jornal do Commercio: um estudo sobre a cobertura da tríplice epidemia de dengue, zika e chikungunya em Pernambuco
zika; dengue; chikungunya; divulgação científica; jornalismo; saúde.
Este trabalho faz um estudo sobre a divulgação científica na imprensa, utilizando o contexto da epidemia de dengue, zika e chikungunya, no Brasil, entre 2015 e 2017 e, ainda, a descoberta dos casos de microcefalia e outras malformações congênitas em bebês causadas pelo vírus da zika. Nesse período, Pernambuco foi o estado para o qual as atenções se voltaram por conta do número de casos e do protagonismo dos cientistas locais em empreender pesquisas que pudessem explicar as causas e as consequências da tríplice epidemia. A partir das reflexões sobre discurso de Bakhtin e Charaudeau, este estudo analisa como foi a cobertura da imprensa pernambucana na ocasião. Para isso, foram selecionadas as notícias e reportagens do Jornal do Commercio num período que compreende dois anos: de junho de 2015 a junho de 2017. A partir do trabalho de seleção e categorização temática do material coletado, o objetivo foi identificar qual o espaço dado à ciência no periódico e quais discursos sobre o tema arboviroses foram produzidos pelo Jornal do Commercio na ocasião. Com a análise, observamos que a cobertura do impresso seguiu uma estrutura alinhada ao discurso advindo das autoridades de saúde do estado, sem aprofundar as questões sociais causadoras da proliferação do mosquito, além de ter promovido uma ação de divulgação científica de cunho educativo, porém superficial, que não chegou a proporcionar uma mudança de perspectiva no tratamento da ciência nas páginas do jornal.