JORNALISMO VISUAL NAS NARRATIVAS DA GRANDE REPORTAGEM BRASILEIRA
Cultura visual. Produção jornalística. Design. Fotojornalismo, Edição multimídia.
Esta tese de percurso discute a construção do jornalismo visual nas narrativas de grandes reportagens produzidas no Brasil, indicando características da cultura visual jornalística na trajetória de sua produção. A base teórica busca estabelecer como os recursos visuais funcionam em conjunto na grande reportagem enquanto elementos narrativos, articulando palavras, imagens e design. A pesquisa revisita a história de produções jornalísticas expressivas, apresentando uma historiografia ilustrada da grande reportagem com exemplos brasileiros e estrangeiros, entre eles, das revistas O Cruzeiro, Diretrizes e Realidade, do Jornal do Brasil e do Jornal da Tarde. A tese discute a valorização da área no Brasil, apresentando transformações gráficas que atingem a imprensa durante a transição para os meios de produção digitais. Foi elaborada uma matriz metodológica para investigar o percurso do jornalismo visual da grande reportagem e sua produção contemporânea. A análise estabeleceu planos, divididos em elementos estruturais, funcionais e expressivos, baseados no modelo de análise pragmática da narrativa. A partir deles, identificaram-se como parâmetros principais: a narrativa visual, a edição, o design e a visibilidade. Também foram entrevistados quinze profissionais integrantes de equipes de produção visual. A metodologia de Lluís Codina (2004) foi adaptada para organizar sistematicamente o olhar sobre as reportagens, criando indicadores e fases de observação. A tese apresenta a análise densa de quatro grandes reportagens contemporâneas dos jornais O Povo (CE), Jornal do Commercio (PE), Estado de Minas (MG) e O Estado de S. Paulo (SP), além de citar outros exemplos. A pesquisa revelou um período de ruptura do jornalismo visual com mudanças de funções e valorização de novas experiências visuais para leitores de telas e a necessidade da formação de jornalistas visuais.