Banca de DEFESA: JOSÉ MATHEUS MELO DE SOUZA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JOSÉ MATHEUS MELO DE SOUZA
DATA : 27/06/2024
HORA: 14:00
LOCAL: Videoconferência Via Google Meet
TÍTULO:

Em busca de um aposento no castelo de Versailles: cultura do consumo, influenciadores digitais e a sociedade de corte instagramável

PALAVRAS-CHAVES:

Gkay. Influenciadores digitais. Sociedade de corte. Poder. Consumo.

PÁGINAS: 95
RESUMO:

Este trabalho teve como objetivo analisar a dinâmica dos influenciadores digitais na contemporaneidade, em se tratando dos processos ocorridos para a manutenção dos espaços conquistados, envolvendo questões relacionadas ao poder e ao consumo, com enfoque em um evento específico: A Farofa da GKAY. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que fez uso de uma combinação de métodos e técnicas de pesquisa, tendo a coleta se baseado especialmente em fontes bibliográficas e dados da internet. O estudo de caso, aos moldes de
Duarte (2005) foi o método escolhido, haja vista que se lança olhares para um fenômeno específico, mas, ao mesmo tempo, analisa-se, a partir dele, por conseguinte, o contexto geral. O trabalho parte de raízes culturais e históricas, então, dessa forma, partiu-se para a investigação acerca da sociedade de corte, sua estrutura, costumes e possíveis reminiscências, inclusive na corte brasileira séculos depois, levando em consideração as ideias de Burke (1994), Elias (2001) e Schwarcz (1998). Na tentativa de desvendar socialmente as ações cortesãs, suas regras e hierarquias, Bourdieu (1996; 2004; 2007; 2008), com os conceitos e habitus, campo, capital e illusio, bem como Goffman (2002), trazendo seu olha acerca da representação social, foram indispensáveis para a construção dos argumentos propostos. Em seguida, debruçou-se sobre a cultura do consumo, fruto da corte europeia do Antigo Regime. Por essa razão, Taschner (1997) direcionou o resgate às raízes, localizando os rastros deixados pelo Antigo Regime nas bases do ato de consumir. McCracken (2015) e o seu conceito de movimento de significado foram essenciais para que se compreendesse a transformação dos bens em mercadoria, e, sobretudo, objeto de desejo com uma forte carga simbólica. Nesse sentido, aproxima-se cada vez mais do ponto central da pesquisa, pois evoca-se Debord (2003), no intuito de contextualizar, não de uma forma microcósmica, como é o caso do cotidiano da corte, mas sim como um aspecto entranhado nas estruturas sociais – a sociedade à mercê do espetáculo. A partir dessas reflexões, percebeu-se a semelhança das dinâmicas da corte, e, consequentemente, da cultura do consumo, na contemporaneidade. Ações envolvendo consumo de prestígio e a própria distinção por intermédio do consumo foram identificadas ao decorrer dos séculos, seja no XIX no Império brasileiro, ou na contemporaneidade com os influenciadores e celebridades. A depender de sua posição na hierarquia social, é possível criar tendências e acessar certos espaços. A Farofa da Gkay é um desses casos, é preciso relevância para ser convidado, como se a um banquete de Elizabeth I, ou para repousar num aposento no Castelo de Versailles.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2312853 - IZABELA DOMINGUES DA SILVA
Externo à Instituição - JOSE MARIA MENDES PEREIRA JUNIOR
Interna - 1654570 - KARLA REGINA MACENA PEREIRA PATRIOTA