TERRITÓRIO DE IMAGENS: figurações audiovisuais do desenvolvimento em disputa a partir do complexo industrial-portuário de Suape
Colonialidade do ver. Figuratividade. Ativismo audiovisual. Cartografia das subjetividades. Antropologia visual. Território de imagens.
O presente trabalho propõe uma cartografia da produção audiovisual contemporânea engajada na investigação dos territórios relacionados ao Complexo Industrial Portuário de Suape – CIPS. Uma das hipóteses da experimentação conceitual aqui levantadas a partir da noção de território de imagens é que essa produção audiovisual independente vem não só estabelecer relações críticas à realidade sócio-ambiental, mas também se posicionar diante de imagens sociais e institucionais historicamente produzidas. Nesse procedimento, visa-se uma inter-relação entre uma antropologia visual e o cinema, utilizando-se o aparato da análise figurativa
(Brenez, Aumont, Dubois, Rancière, entre outros autores) e da colonialidade do ver (Barriendos) para dar a ver diferentes modos de encenação tanto em suas conexões com peças documentais quanto ficcionais em suas expressões fabulatórias e alegóricas. Esta pesquisa se dá, portanto, no imbricamento entre o imaginário de desenvolvimento econômico-progresso que busca produzir uma geografia política e uma intervenção audiovisual que se associa às populações atingidas em seus territórios (Haesbaert). Busca-se estabelecer um método de análise que conjuga as dimensões das territorialidades e das temporalidades, investigando as relações entre corpo, imagem, território e memória coletiva. Como desdobramento dessas análises, abordam-se também
os processos criativos, formativos e figurativos na realização do longa- metragem Fim de semana no paraíso selvagem e uma potencial aplicabilidade das figuras de vitalidade.