Banca de QUALIFICAÇÃO: LUANA CRISTINE FERREIRA DA SILVA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: LUANA CRISTINE FERREIRA DA SILVA
DATA : 08/09/2025
LOCAL: PRODEMA-UFPE
TÍTULO:

MULHERES NA AGRICULTURA URBANA: SEGURANCA ALIMENTAR E DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL A PARTIR DA COMUNIDADE PASSARINHO/RECIFE-PE


PALAVRAS-CHAVES:

Agroecologia urbana, Mulheres, Segurança alimentar, Periferias. Soberania alimentar.


PÁGINAS: 79
RESUMO:

Esta dissertação analisa a importância das práticas de agricultura urbana agroecológica desenvolvidas por mulheres da Comunidade Passarinho, situada na Zona Norte do Recife, Pernambuco. A pesquisa se insere em um contexto de crescente interesse pelas relações entre justiça ambiental, soberania alimentar e práticas sustentáveis em espaços urbanos, situados especialmente nas periferias. O objetivo geral foi analisar a relevância das experiências agroecológicas conduzidas por essas mulheres para a manutenção da segurança alimentar e nutricional, bem como para o fortalecimento da autonomia feminina e a promoção do desenvolvimento urbano sustentável. Partindo de uma abordagem qualitativa e interdisciplinar, o estudo adota como métodos a observação participante, escuta sensível como ferramentas: entrevistas semiestruturadas, e caminhadas de reconhecimento com mulheres agricultoras do Grupo Espaço Mulher (GEM), que atuam em quintais produtivos e hortas agroecológicas na comunidade. A partir dos relatos e vivências compartilhadas, observou-se que essas práticas não se limitam à produção de alimentos, mas envolvem o restauro ecológico de áreas degradadas, o fortalecimento de redes de solidariedade entre mulheres, a promoção de saúde física e mental e a recuperação de vínculos com a ancestralidade. Os quintais e hortas tornam-se espaços de resistência e reexistência, onde a agroecologia opera como um instrumento de enfrentamento à fome, à violência urbana, à precariedade habitacional e à exclusão histórica das mulheres periféricas do debate ambiental. A pesquisa também revelou a existência de uma epistemologia do cuidado e da biodiversidade, construída a partir da oralidade, do manejo sensível da terra, da espiritualidade e da relação cotidiana com os ciclos naturais. Em muitos casos, as mulheres relataram cultivar de acordo com o tempo, a lua e o ensinamento herdado de gerações anteriores. Essa perspectiva rompe com a lógica produtivista da agricultura convencional e aponta para outras formas de se relacionar com a natureza, enraizadas em saberes populares e práticas comunitárias. Outro aspecto importante identificado foi o papel da agroecologia urbana na promoção da autonomia econômica feminina. Algumas mulheres vendem seus produtos em feiras locais, trocam entre vizinhas ou produzem alimentos para doação solidária. Mesmo em meio à ausência de políticas públicas consistentes, essas iniciativas emergem como alternativas reais para a construção de uma cidade mais justa, sensível às dinâmicas dos territórios periféricos e, portanto, sustentáveis. Conclui-se que a agricultura urbana agroecológica, quando praticada pelas mulheres da Comunidade Passarinho, constitui uma verdadeira estratégia de justiça ambiental, de emancipação feminina e de construção de soberania alimentar nas bordas da cidade. Reconhecer e fortalecer essas práticas é um passo fundamental para a formulação de políticas públicas que respeitem a diversidade, a autonomia e o direito das mulheres de cultivar, alimentar e transformar seus territórios com dignidade.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1175169 - CLAUDIO JORGE MOURA DE CASTILHO
Externa à Instituição - LAETICIA MEDEIROS JALIL - UFRPE
Externo à Instituição - RUBIO JOSE FERREIRA - UFOB
Notícia cadastrada em: 14/09/2025 16:23
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