Banca de QUALIFICAÇÃO: JOSÉ JOSENILDO BATISTA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JOSÉ JOSENILDO BATISTA
DATA : 05/12/2024
LOCAL: google meet
TÍTULO:
Caracterização estrutural e atividades biológicas do polissacarídeo do exsudato
de Parkia pendula

PALAVRAS-CHAVES:
Parkia pendula; arabinogalactano; prebiótico; Microbiota
intestinal; Gastroprotetor.

PÁGINAS: 169
RESUMO:
Parkia pendula (Fabaceae), conhecida popularmente como visgueiro, é uma espécie
amplamente distribuída no Brasil, reconhecida pela produção de exsudato. Contudo, suas
propriedades químicas e biológicas permanecem pouco exploradas. Diante disso, o
presente estudo tem como objetivo caracterizar química e estruturalmente o
polissacarídeo do exsudato de Parkia pendula (PePp) e investigar seus efeitos biológicos.
O PePp foi obtido por extração aquosa e precipitação com álcool etílico (99,9%, 1:4), e
submetido a caracterização química e estrutural. Em ensaios in vitro, avaliou-se a
atividade prebiótica em cepas de Lactobacillus e Bifidobacterium, além da fermentação
fecal pela microbiota humana. Em modelos in vivo, foram analisadas a toxicidade aguda,
a fermentação em camundongos BALB/C e o efeito gastroprotetor em úlcera gástrica. O
rendimento do PePp foi de 48,2%, com 79,20% de carboidratos totais e 11% de ácido
urônico, além de baixos teores de compostos fenólicos (2,72 mg/g GAE) e proteínas
(1,20%). O peso molecular foi estimado em 7.08 x 104 g/mol, a composição
monossacarídica constituída de arabinose (78%), galactose (10%) e ácido urônico (12%)
e no FT-IR confirmou bandas características de polissacarídeos e ácido urônico (1309-
1216 e 1410 cm−1 , respectivamente). In vitro, PePp apresentou atividade prebiótica,
promovendo o crescimento de cepas probióticas, como L. rhamnosus, L. brevis, L.
plantarum, L. casei, L. paracasei, B. longum e B. adolescentis. Durante a fermentação
fecal, o consumo do PePp (de 79,20 para 33,56%) resultou na diminuição do pH (de 6,29
para 4,35), aumento da produção de ácido graxos de cadeia curta- AGCC (ácido acético,
propiônico e isobutírico) e na proliferação de bactérias benéficas, como Bacteroides,
Bifidobacterium, Prevotella e Enterococcus. Em teste de toxicidade aguda, a dose 2.000
mg/kg não provocou alterações no peso corporal, consumo de água e ração, nem nos
parâmetros bioquímicos, hematológicos ou histopatológicos dos animais. In vivo, PePp
modulou a microbiota intestinal dos camundongos, resultando na redução do pH fecal de
7,33 para 7,04, 7,10 e 7,03 nas doses de 50, 100 e 200 mg/kg, respectivamente. Esse
processo também promoveu o aumento de AGCC e bactérias probióticas. Além disso, o
pré-tratamento com PePp demonstrou efeito gastroprotetor em úlceras gástricas, inibindo
a formação das lesões em 52%, 71% e 83% nas doses de 10, 25 e 50 mg/kg,
respectivamente. Esse efeito foi acompanhado pela redução da peroxidação lipídica e dos
níveis de citocinas pró-inflamatórias (IL-6 e TNF-α), além do aumento da superóxido dismutase, catalase e citocina anti-inflamatória IL-10. Conclui-se que PePp é um
polissacarídeo do tipo arabinogalactano, seguro do ponto de vista toxicológico, com
efeitos prebióticos, com capacidade de modular a microbiota intestinal e potencial
gastroprotetor em modelo de úlcera gástrica.

MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - MARIA GONÇALVES PEREIRA
Interno - 2069591 - LEUCIO DUARTE VIEIRA FILHO
Presidente - 1169175 - LUANA CASSANDRA BREITENBACH BARROSO COELHO
Notícia cadastrada em: 06/11/2024 09:26
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação (STI-UFPE) - (81) 2126-7777 | Copyright © 2006-2025 - UFRN - sigaa08.ufpe.br.sigaa08