Banca de DEFESA: MICHELE JOYCE PEREIRA DOS SANTOS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MICHELE JOYCE PEREIRA DOS SANTOS
DATA : 23/07/2025
HORA: 09:00
LOCAL: Pós-Graduação Engenharia Civil
TÍTULO:

AVALIACAO GEOTECNICA E ECONOMICA DO USO DE RESIDUOS DE CORPOS DE PROVA DE CONCRETO EM GABIOES


PALAVRAS-CHAVES:

Resíduo de construção e demolição; corpo de prova de concreto; muros de contenção; gabião; dimensionamento

 


PÁGINAS: 196
RESUMO:

Os resíduos da construção civil são uma preocupação global devido ao baixo índice de reciclagem, altos custos de recuperação e esgotamento das áreas de aterro. Entre esses resíduos, destacam-se os corpos de prova de concreto (RCPC) produzidos durante o controle tecnológico do concreto nos canteiros de obras nacionais. Este estudo propõe avaliar os parâmetros geotécnicos e econômicos para o dimensionamento de uma contenção em gabiões caixa preenchidos com RCPC, visando contribuir para práticas de gestão desses resíduos. Os gabiões são estruturas de gravidade, permeáveis, flexíveis e resistentes, confeccionadas com telas metálicas de malha hexagonal de dupla torção que, quando unidas, formam uma estrutura monolítica capaz de resistir às pressões. A metodologia do estudo foi dividida em seis etapas: coleta dos materiais, modelo para montagem dos gabiões caixa, preparação das amostras, análise das emissões de carbono do RCPC, estudo da viabilidade econômica comparando estruturas de gabião com enchimento convencional e com resíduo, e ensaios experimentais. Os ensaios realizados incluíram a caracterização física e mecânica do RCPC e de uma rocha granítica natural, durabilidade por ciclagem acelerada, compressão simples das unidades de gabião preenchidas com resíduo e rocha, simulação para dimensionamento da contenção e ensaio não destrutivo por tomografia computadorizada. Os resíduos foram coletados de duas fontes distintas, identificados como resíduo do canteiro de obras (RCPCO) e do laboratório técnico (RCPCL). Foi adotado um modelo de escala reduzida dos gabiões, com dimensões de 0,4m x 0,4m x 0,4m e malha de abertura de 6x8 cm. Os resultados laboratoriais mostraram que a massa específica aparente do RCPCO e RCPCL era cerca de 20% menor do que o valor médio de 2825 kg/m3 encontrado para a rocha. Na análise da absorção de água por imersão, os percentuais médios foram de 0,152% para a rocha, 7,874% para o RCPCO e 8,290% para o RCPCL. A população amostral coletada no laboratório apresentou um limite de resistência à compressão inferior de 26,47 MPa e superior de 39,06 MPa (cv = 26,859%), enquanto a amostra coletada na obra alcançou um limite inferior de 31,66 MPa e superior de 34,79 MPa (cv = 5,650%). Na determinação da resistência à compressão da rocha, RCPCO e RCPCL, na condição seca, verificou-se uma média de 98,42 MPa, 22,50 MPa e 29,56 MPa, respectivamente. De acordo com o coeficiente de segurança do efeito Rüsch, 60% das amostras de resíduo atenderam ao critério de aceitação de resistência. Os testes de durabilidade por ciclagem acelerada mostraram que praticamente não houve desgaste superficial da rocha, enquanto o resíduo registrou uma perda de massa de 23,20%. As imagens de tomografia computadorizada identificaram uma porosidade média de 13,75% para o RCPCO e de 0,65% para a rocha. Os ensaios mecânicos com os gabiões mostraram que, devido ao formato do RCPC e sua acomodação no interior da caixa, o material conferiu uma porosidade de 27% à estrutura, inferior aos 27% das unidades com rocha. O RCPC garantiu um suporte de carga médio de 616 kN, em comparação com 44,1 kN das unidades com rocha. Além disso, a simulação identificou que os fatores de estabilidade interna e externa atendem às recomendações para ambos os materiais estudados. No ciclo de vida do RCPC, foi calculada uma pegada de carbono de 3,464 tCO2e para a produção do cimento utilizado na confecção dos corpos de prova e 585,823 kgCO2e para o transporte (usina de cimento x obra e obra x aterro). O ganho econômico com a construção de muros de gabião preenchidos com o RCPC é de aproximadamente R$162,15 por unidade de gabião executado. Conclui-se que os objetivos propostos foram alcançados e que o RCPC tem potencial para ser utilizado como material de enchimento, desde que sejam respeitadas as condições de solicitações e ambientais impostas à estrutura.

 


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1670637 - ANTONIO ACACIO DE MELO NETO
Externo à Instituição - GUSTAVO FERREIRA SIMOES - UFMG
Externo à Instituição - JOÃO ALEXANDRE PASCHOALIN FILHO - UNINOVE
Externa à Instituição - MARIA CLÁUDIA SOUSA ALVARENGA - UFV
Externa à Instituição - STELA FUCALE SUKAR - UPE
Notícia cadastrada em: 22/07/2025 14:53
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