Banca de DEFESA: ARIVANIA BANDEIRA RODRIGUES
Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ARIVANIA BANDEIRA RODRIGUES
DATA : 06/05/2025
HORA: 09:00
LOCAL: Pós-Graduação Engenharia Civil
TÍTULO:
MANEJO SUSTENTÁVEL DAS ÁGUAS URBANAS E RESILIÊNCIA EM CIDADE LITORÂNEA SOB A INFLUÊNCIA DAS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS
PALAVRAS-CHAVES:
Resiliência Urbana; IDF futura; CMIP6; Uso do solo futuro; Adaptação
PÁGINAS: 173
RESUMO:
Recife, capital do estado de Pernambuco e uma das principais cidades costeiras do Brasil, apresenta alta vulnerabilidade aos impactos das mudanças climáticas em razão de sua baixa altitude, elevada densidade populacional, intensa impermeabilização do solo e ocupação em áreas de planície. Esses fatores, associados à intensificação de eventos extremos de precipitação, têm agravado o risco de inundações urbanas, exigindo abordagens integradas que articulem variáveis climáticas, territoriais e socioambientais. Diante desse contexto, esta pesquisa propõe uma avaliação abrangente da resiliência urbana frente às inundações, com foco na bacia do rio Jiquiá, situada integralmente em Recife e representativa dos desafios urbanos e hídricos enfrentados pela cidade. A metodologia adotada combina revisão das estratégias institucionais de adaptação climática com modelagens preditivas de uso do solo, atualização de curvas intensidade–duração–frequência (IDF) a partir de projeções do modelo climático MIROC6 (CMIP6) para diferentes cenários de emissões, simulações hidrodinâmicas com auxílio do HEC-RAS 2D e aplicação de um índice espacializado de resiliência urbana (UFRI). Os resultados indicam tendência de intensificação de eventos extremos de curta duração, mesmo diante da redução nas precipitações acumuladas anuais, o que eleva a pressão sobre a infraestrutura de drenagem urbana. Simultaneamente, a expansão da urbanização projetada até 2080 revela ocupação crescente sobre áreas ambientalmente sensíveis, com substituição significativa de vegetação por cobertura construída, embora com indícios de estabilização florestal após 2050. As simulações hidrodinâmicas demonstram que, embora a área total inundada apresente variações pouco expressivas entre os diferentes cenários combinados de uso do solo e precipitação, a criticidade das lâminas d’água aumenta substancialmente, com destaque para os tempos de retorno de 50 e 100 anos, em que se observa ampliação de até 159% nas áreas classificadas como críticas (>1,5 m). A aplicação do índice de resiliência (UFRI) à bacia do rio Jiquiá evidencia predominância de níveis baixos e muito baixos, especialmente em setores com elevada densidade populacional e limitada capacidade institucional de enfrentamento, apontando para a necessidade de intervenções territoriais direcionadas. A integração entre projeções climáticas, análises das transformações do uso do solo, modelagem hidrodinâmica e avaliação multicritério da resiliência demonstra-se uma abordagem eficaz para antecipar cenários de risco e subsidiar o planejamento urbano adaptativo. A pesquisa reforça a importância de políticas públicas que incorporem soluções baseadas na natureza, infraestrutura verde, restrição de ocupação em zonas críticas e fortalecimento da governança participativa, como caminhos fundamentais para promover a resiliência urbana em cidades costeiras tropicais frente às mudanças climáticas.
MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1688881 - ALFREDO RIBEIRO NETO
Interno - 2130612 - JOSE ROBERTO GONCALVES DE AZEVEDO
Presidente - 2193972 - LEIDJANE MARIA MACIEL DE OLIVEIRA
Externo ao Programa - 1698142 - SAULO DE TARSO MARQUES BEZERRA - nullExterno à Instituição - WILLAMES DE ALBUQUERQUE SOARES - UPE