Lodo de ETA; cerâmica vermelha; material complementar; destinação adequada de resíduo; construção sustentável.

A indústria da construção civil busca, cada vez mais, alternativas sustentáveis e economicamente viáveis para a produção de materiais de construção. Nesse contexto, o lodo de Estação de Tratamento de Água (ETA) surge como um material suplementar alternativo à argila na produção de cerâmica vermelha, devido a suas semelhanças químicas e mineralógicas. Diante desse cenário, a presente pesquisa investigou a viabilidade do uso de lodo de ETA na confecção de materiais cerâmicos, utilizando misturas binárias de lodo e argila. Amostras de lodo e argila foram coletadas na Região Metropolitana do Recife e submetidas a análises físicas, químicas, mineralógicas e térmicas. Foram incorporados 5, 10, 15, 20 e 25% da massa do lodo na massa argilosa, e as misturas foram submetidas às mesmas análises. Para determinar as propriedades físicas e mecânicas, foram confeccionados 114 corpos de prova por prensagem mecânica uniaxial a 80 kN e queimados a 800 °C por 3 horas. Destes, 42 foram moldados com as misturas binárias e 72 foram moldados com a argila de referência para determinar os parâmetros de teor de umidade e a carga máxima de compactação, visando obter maior resistência à compressão. Os corpos de prova foram submetidos aos seguintes ensaios: retração linear, absorção de água, resistência à compressão e perda de massa. Verificou-se que o lodo de ETA apresentou composição química e mineralógica similar à da argila. No entanto, a incorporação do lodo aumentou a absorção de água e a perda de massa, e diminuiu a resistência mecânica após a queima da cerâmica. A amostra com 15% de lodo de ETA apresentou resistência à compressão de 41,33 MPa. Por fim, conclui-se que o lodo de ETA pode ser usado como material suplementar com substituição de até 15% na argila para fabricação de materiais cerâmicos.