sinistros rodoviários; análise espacial; segurança viária; regressão geoponderada; rodovias federais.

A segurança viária é uma questão crítica global, alvo de preocupações em todo o mundo, dado os elevados índices de acidentalidade rodoviária. A análise dos fatores relacionados a essas ocorrências, apresentam-se como fundamentais, diante do contexto socioeconômico convém explorar essas características, para compreender melhor a relevância desses fatores de maneira especializada. Desse modo, pretende-se por meio deste trabalho analisar os fatores determinantes da acidentalidade rodoviária no Nordeste brasileiro, considerando variáveis socioeconômicas, demográficas e de infraestrutura viária, com ênfase na distribuição espacial dos acidentes. A metodologia adotada incluiu a coleta de dados secundários de diversas fontes oficiais, a aplicação de técnicas estatísticas, como a regressão por Mínimos Quadrados Ordinários (MQO), Índice de Moran para identificação de autocorrelação espacial e a análise espacial por meio da Regressão Geograficamente Ponderada (RGP). Os resultados revelaram que a distribuição dos acidentes rodoviários na região Nordeste apresenta padrões espaciais interessantes, influenciados principalmente por fatores socioeconômicos e pela infraestrutura viária. A análise estatística indicou que as áreas com maior densidade demográfica e maior fluxo de tráfego apresentaram maior incidência de sinistros e alta influência dos fatores analisados, especialmente nas capitais e regiões metropolitanas, como Fortaleza, Natal, Recife, João Pessoa, Teresina e São Luís, reforçando a relação direta entre a exposição viária e a ocorrência de sinistros. No que se refere à infraestrutura viária, verificou-se que a extensão e a densidade viária estão  positivamente associadas ao aumento da acidentalidade. Os municípios com maior área territorial, por outro lado, apresentaram menor incidência de acidentes, possivelmente devido à dispersão do tráfego e à menor concentração populacional. Os modelos estatísticos empregados evidenciaram que, embora os fatores socioeconômicos apresentam papel significativo na determinação da acidentalidade, a ausência de um índice unificado de vulnerabilidade social limitou a análise mais aprofundada dessas relações. Por outro lado, variáveis relacionadas à frota e aos condutores não apresentaram significância estatística na maioria dos modelos. A análise espacial, por meio do Índice de Moran, identificou áreas críticas, destacando regiões que requerem atenção especial para a implementação de políticas que visem a segurança viária. A Regressão Geograficamente Ponderada (RGP) demonstrou que a relação entre os fatores explicativos e os acidentes não é homogênea, variando significativamente entre os municípios analisados. Essas evidências ressaltam a importância de medidas integradas para a mitigação dos acidentes rodoviários, incluindo planejamento viário adequado, fiscalização rigorosa e campanhas educativas. Conclui-se que a acidentalidade rodoviária no Nordeste brasileiro está diretamente relacionada a fatores socioeconômicos, demográficos e de infraestrutura viária, sendo fundamental a implementação de políticas baseadas em evidências para reduzir os índices de sinistros. O estudo contribui para a formulação de estratégias direcionadas, enfatizando a necessidade de abordagens regionais e metodologias espaciais para a compreensão da acidentalidade viária.