Fotogrametria. LIDAR. Unidades Geológico-geotécnicas. ODS 11.

A cartografia geotécnica é amplamente empregada, desde o planejamento de ocupação e uso do território até a execução de projetos de engenharia. A Comissão para a Cartografia Geotécnica da IAEG (UNESCO/IAEG, 1976; IAEG, 1979, 1981) sistematizou os termos e métodos para a definição das unidades geotécnicas, estabelecendo uma base técnica robusta. Esse tipo de cartografia inclui cartas de fatores e de síntese (como cartas de suscetibilidade a processos, aptidão à urbanização e risco), que são cruciais para o planejamento urbano e territorial. Essas cartas podem ser classificadas em mapas que abordam a viabilidade para a execução de obras de engenharia (processos tecnológicos) e em mapas que identificam suscetibilidades e riscos geológicos e hidrológicos. Esta tese adota a metodologia desenvolvida por diversas universidades brasileiras, pelo Serviço Geológico do Brasil e pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo para a elaboração da Carta Geotécnica de Aptidão à Urbanização (COUTINHO et al., 2024). Em relação à aptidão à urbanização, a cartografia geotécnica demanda uma base de dados com escala mínima de 1:10.000, garantindo análises com a precisão necessária para o planejamento de projetos de engenharia. No contexto desta pesquisa, dados de radar e imagens de satélite foram integrados para a criação de mapas temáticos que auxiliaram na definição das Unidades Geológico-Geotécnicas e no mapeamento de áreas de perigo de inundação para o município de Jaboatão dos Guararapes. Dados adicionais de varredura a laser e ortofotos, obtidos por meio das tecnologias LiDAR e aerofotogrametria, em escala de 1:1.000, permitiram uma análise detalhada da suscetibilidade a deslizamentos, do mapeamento de uso e ocupação do solo, bem como do inventário de processos. Os dados do cadastro territorial 3D, obtidos com o uso de VANTs, foram incorporados em um GeoPortal, juntamente com o inventário dos processos e as unidades de aptidão à urbanização, promovendo uma gestão integrada da informação e um planejamento urbano mais eficiente, alinhado aos objetivos do ODS 11. Destaca-se que a aplicação de geotecnologias, especialmente a disponibilidade de dados em ambiente SIG, com foco em eventos climáticos extremos, fortalece a gestão de riscos e desastres no município.