AVALIAÇÃO DO RISCO DE IMPACTO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS POR MEIO DE ÍNDICES HIDROMETEOROLÓGICOS
Eventos extremos, Nordeste do Brasil, MGCs, Índice de risco hidrológico
O Sexto Relatório de Avaliação (AR6) do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), publicado em 2023, prevê um aumento contínuo na temperatura média global, estimado entre 1,5ºC e 4,0ºC. Esse aumento de temperatura afeta diretamente o ciclo hidrológico, resultando em mudanças climáticas significativas. Entre os impactos esperados estão a intensificação de eventos extremos de precipitação e ondas de calor mais prolongadas. Para avaliar e comunicar os riscos das mudanças climáticas, especialmente para os recursos hídricos, é sugerido a criação de um índice de risco hidrológico. Esse índice deve considerar indicadores hidrológicos que ajudem na tomada de decisões e no desenvolvimento de políticas públicas para adaptação e mitigação dos impactos climáticos. Nesse sentindo, essa pesquisa tem consiste em propor um conjunto de indicadores hidrometeorológicos que possam compor um índice de risco, considerando um período base e cenários futuros projetados pelo IPCC para o nordeste brasileiro, realizando uma análise de risco associado a eventos extremos hidrometeorológicos nessa região. A pesquisa utilizará o conjunto de dados NEX-GDDP-CMIP6 da NASA, que fornece projeções climáticas globais com alta resolução e correção de viés. Esse conjunto cobre variáveis climáticas como temperatura e precipitação e utiliza o método Bias-Correction Spatial Disaggregation (BCSD) para ajustar as projeções e melhorar a precisão em escalas regionais. Inicialmente, serão avaliados o cenário SSP2-4.5 do modelo MIROC e dados históricos do modelo HadGEM para analisar os impactos das mudanças climáticas. Esses impactos serão avaliados através dos indicadores hidrometeorológicos, como a disponibilidade hídrica superficial calculada com as vazões mínimas Q90 e Q95, e a duração dos eventos de seca avaliada pelo Índice de Precipitação Padronizado (SPI), que classifica a intensidade das secas com base na precipitação mensal ajustada a uma distribuição de probabilidade. Os resultados apresentam uma boa aderência dos modelos climáticos globais avaliados para o período base, o que indica sua boa aplicabilidade nos cenários simulados para o futuro. Além disso os indicadores hidrometereológicos conseguiram espacilalizar a a informação das variáveis hidrometeorológicas, podendo avaliar os municípios com os maiores impactos a intensificação do clima.