Proposição de modelo de apoio à decisão por meio de indicadores ESG para a descarbonização do setor de resíduos sólidos urbanos em Recife-PE, Brasil
Resíduos Sólidos Urbanos, Descarbonização, Indicadores ESG, Gases de Efeito Estufa, Sustentabilidade.
A gestão de resíduos sólidos urbanos (RSU) representa um dos principais desafios ambientais e sociais das cidades brasileiras, sendo responsável por parte significativa das emissões de gases de efeito estufa (GEE). Em Recife–PE, o problema é intensificado pelo aumento da geração de resíduos, baixa eficiência de tratamento e forte dependência da disposição em aterros. Diante disso, esta pesquisa propõe um modelo de apoio à decisão baseado em indicadores ESG (ambientais, sociais e de governança), voltado à descarbonização do setor e à adequação das práticas locais aos compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, como o Acordo de Paris e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A hipótese central é que um conjunto de indicadores ESG pode representar de forma objetiva os impactos do setor sobre as emissões de GEE, permitindo identificar e priorizar estratégias mais sustentáveis. A metodologia contempla ferramentas como Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), Análise Hierárquica (AHP) e elaboração de matrizes de riscos e materialidade, visando orientar a tomada de decisão integrada. Os resultados preliminares indicam avanços, como a 19ª posição de Recife no Índice de Sustentabilidade da Limpeza Urbana, mas também revelam fragilidades: baixa inclusão dos catadores, limitações na coleta seletiva e baixo aproveitamento de resíduos orgânicos. O metano proveniente de aterros aparece como o principal contribuinte às emissões. Os resultados iniciais obtidos reforçam o crescimento da produção científica sobre ESG e RSU, mas evidenciam que Recife obteve apenas 48,69 pontos no Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades e 5,75 no Índice de Sustentabilidade da Gestão de Resíduos, demonstrando progressos parciais e desafios persistentes. Espera-se que o modelo proposto forneça subsídios técnicos e metodológicos para políticas públicas e práticas empresariais, contribuindo não apenas para a redução das emissões, mas também para a promoção de uma gestão mais inclusiva, eficiente e alinhada à transição para a economia circular e de baixo carbono.