ANÁLISE TEMPORAL DO IMPACTO DA URBANIZAÇÃO SEM PLANEJAMENTO SOBRE UM SISTEMA DE FILTRAÇÃO EM MARGEM LOCADO NAS MARGENS DO RIO BEBERIBE -PE EM ASPECTOS FÍSICOS-QUÍMICOS BIOLÓGICOS E FARMACOLÓGICOS
Filtração em Margem, Rio Beberibe, Poluentes Emergentes,Urbanização, Compostos Nitrogenados, Fármacos.
A crescente contaminação dos corpos hídricos tem gerado impactos significativos no meio ambiente e comprometido a saúde humana. Assim, a adoção de novas tecnologias para melhorar a qualidade da água dos mananciais superficiais e subterrâneos torna-se imprescindível. Nesse contexto, a Filtração em Margem (FM) destaca-se como uma técnica promissora, utilizada há mais de um século na Europa para abastecimento público e múltiplos usos. No entanto, a urbanização desordenada pode comprometer a eficiência dessa técnica, especialmente quando o perímetro de proteção ativa dos poços de produção não é respeitado em razão de ações antropogênicas. A presente pesquisa avaliou o impacto da urbanização no entorno de um projeto piloto de FM, localizado nas margens do rio Beberibe-PE, considerando aspectos físicos, químicos, bacteriológicos e farmacológicos (diclofenaco e ibuprofeno). Foram realizadas coletas de 2019 a 2023 em três pontos (PT1, PT2 e PT3) de um trecho urbanizado do rio Beberibe, entre as cidades de Recife e Olinda, além do poço de produção (P1) da FM. Os resultados revelaram um cenário preocupante, indicando que a urbanização entre 2013 e 2023 no entorno da EE comprometeu a qualidade da água do poço de produção, observando-se um aumento progressivo de compostos nitrogenados (nitrato, nitrito e amônia) devido à quantidade de fossas negras instaladas nas proximidades. Apesar do aumento significativo de nitrato, os parâmetros biológicos não indicaram presença de coliformes fecais e termotolerantes na água do poço, demonstrando boa eficiência da FM na remoção desses coliformes. Caso estratégias de preservação da área ao redor do poço de FM não sejam implantadas, a qualidade da água poderá deixar de atender os limites de potabilidade. A quantificação dos resíduos farmacêuticos (diclofenaco e ibuprofeno) será realizada por meio de Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE), visando avaliar o comportamento desses fármacos nas águas superficiais do rio e a capacidade da FM em atenuar ou remover esse compostos, provenientes dos esgotos lançados no rio e da contribuição das fossas negras no entorno da área de estudo.