Framework Geoespacial para Planejamento Sustentável do Aproveitamento de Água de Chuva e Estabilização de Encostas em Áreas de Risco do Recife-PE
Geotecnologias; Drones; Captação de água de chuva; Encostas; Sustentabilidade; Planejamento urbano.
Esta tese propõe um framework geoespacial integrado para o planejamento sustentável do aproveitamento de água de chuva e estabilização de encostas em áreas de risco do Recife-PE, fundamentado no uso de geotecnologias acessíveis e metodologias padronizadas. Parte-se do princípio de que a padronização e validação de dados geoespaciais de alta resolução — incluindo Modelos Digitais de Elevação (MDE), drones de baixo custo (UAS), vetorização cartográfica em escala 1:1.000 e bancos de dados geoespaciais interoperáveis — são condições essenciais para decisões técnicas seguras e sustentáveis em contextos urbanos vulneráveis. O framework foi desenvolvido a partir da integração de quatro pilares: (i) extração e validação de redes de drenagem a partir do modelo PE3D; (ii) avaliação da acurácia de produtos aerofotogramétricos obtidos com drones de baixo custo equipados com GNSS-PPK; (iii) metodologia de vetorização geoespacial com controle de qualidade posicional; e (iv) estimativa do potencial de captação e retenção de água de chuva em microbacias urbanas. Os resultados demonstram que drones de menor custo, quando associados a protocolos de processamento e calibração adequados em softwares livres (QGIS, PostGIS, WebODM), podem gerar produtos compatíveis ao Padrão de Exatidão Cartográfica para Produtos Cartográficos Digitais (PEC-PCD). Verificou-se também que a padronização dos processos de vetorização e a integração dos dados em um banco geoespacial ampliam a precisão das análises e favorecem a interoperabilidade entre setores da gestão pública. A pesquisa consolida uma base metodológica replicável para o uso de dados abertos, tecnologias acessíveis e ciência reprodutível em engenharia e planejamento urbano. As próximas etapas incluem a integração total dos produtos em um banco geoespacial dinâmico e o desenvolvimento de dashboards com indicadores de risco, retenção hídrica e priorização de obras. Espera-se, assim, contribuir para o fortalecimento das políticas públicas de drenagem e mitigação de riscos, promovendo decisões mais seguras, econômicas e sustentáveis, alinhadas aos ODS 6, 9, 11 e 13 da Agenda 2030 da ONU.