O transporte público coletivo é uma das principais ferramentas para um desenvolvimento urbano mais sustentável. O Brasil está legislacionalmente alinhado com essa perspectiva, mas as boas intenções das políticas não se refletem na prática, já que as redes de ônibus urbano brasileiras são sempre alvo de críticas por parte dos operadores e dos usuários. Esta tese procura entender como indicadores estratégicos podem explicar e oferecer diretrizes de solução para essa situação. Para isso, este estudo compara indicadores estratégicos que expressem a modicidade dos fatores produtivos, a eficiência das redes e a competitividade intermodal de sistemas de transporte público coletivo de cidades brasileiras e de cidades de referência global. Além de revisão de literatura e de análise exploratória de dados, foi necessário recorrer a metodologias como análise de envoltória de dado e análises de sensibilidade. Alguns resultados interessantes podem ser extraídos da análise. Regra geral, os fatores de produção são menos módicos no Brasil do que em países mais ricos. Em segundo, existem oportunidades de melhoria na gestão técnica das redes. Em terceiro, as motocicletas representam a escolha mais atrativa nas cidades brasileiras, já que o transporte público é pouco competitivo temporalmente. As conclusões oferecem caminhos promissores para a solução do problema, tais como a realocação de recursos para subsidiar fatores produtivos, o desincentivo à motocicleta e o estímulo ao transporte público.