DESEMPENHO DE MODELOS INDIRETOS E PRODUTOS DE SENSORIAMENTO REMOTO NA ESTIMATIVA DA EVAPOTRANSPIRACAO EM PERNAMBUCO
Penman-Monteith; MODIS; GLEAM; bases climáticas; validação de dados climáticos.
A evapotranspiração de referência (ETo) é uma variável-chave para a gestão dos recursos hídricos, sobretudo em regiões com clima semiárido como o estado de Pernambuco. Esta pesquisa teve como objetivo avaliar o desempenho de modelos indiretos e de produtos de Sensoriamento Remoto (SR), como MOD16A2, GLEAM, TerraClimate e BR-DWGD, na estimativa da ETo, utilizando como referência o modelo padrão de Penman-Monteith (FAO-56). A análise foi conduzida para onze municípios distribuídos nas cinco mesorregiões do estado, que possuem dados diários disponíveis na base de dados do INMET. Foram aplicados seis modelos indiretos (Penman-Monteith, Hargreaves-Samani, Radiação Solar, Makkink, Jensen-Haise, Hamon) e os resultados foram avaliados a partir de métricas estatísticas como RMSE, EMA, PBIAS, R², r, d e índice de desempenho (c). Os resultados indicaram forte variação espacial da ETo, com maiores valores nas regiões do Sertão Pernambucano (SP) e São Francisco Pernambucano (SFP). Entre os modelos indiretos, o de Radiação Solar destacou-se com desempenho "ótimo" em diversas localidades, enquanto o modelo de Hamon apresentou desempenho inferior em todas as regiões. Os produtos de sensoriamento remoto apresentaram resultados variados: a base BR-DWGD mostrou melhor concordância com o modelo padrão em todo o estado, especialmente no SP, Agreste Pernambucano (AP) e na Mata Pernambucana (MP), o GLEAM apresentou limitações no AP, o TerraClimate no AP, no SP e no SFP, já o MOD16A2 na Metropolitana de Recife (MR) e MP. A pesquisa evidencia que, apesar da grande relevância científica do modelo padrão, abordagens indiretas e produtos de SR podem ser utilizados com confiabilidade em determinadas condições climáticas, contribuindo para o monitoramento climático e a gestão hídrica regional.