Modelo TRIGRS; Mapa de suscetibilidade; Limiares críticos de chuva; Intervenção antrópica.

A Região Metropolitana do Recife (RMR) destaca-se como uma das áreas de maior recorrência de deslizamentos no Brasil, com um histórico significativo que tem se agravado nos últimos anos devido ao crescimento urbano desordenado e às precipitações intensas. Em maio de 2022, chuvas superiores à média histórica resultaram em 133 mortes, das quais 124 foram causadas por deslizamentos em municípios da RMR. Diante desse cenário, esta pesquisa tem como objetivo desenvolver mapas de suscetibilidade para duas microbacias situadas em áreas de morros da RMR, com ênfase nas zonas Norte e Sul da cidade do Recife, utilizando o modelo TRIGRS. Além disso, busca-se definir os limiares críticos de chuva e deslizamento para ambas as áreas, através das abordagens empírico-estatísticas e modelagem de base física com o TRIGRS. A metodologia adotada inclui: (i) a caracterização geotécnica das áreas de estudo por meio de ensaios de campo e laboratório, além da coleta de dados de estudos prévios; (ii) o ajuste do modelo TRIGRS com base nos registros pluviométricos e no inventário de cicatrizes dos deslizamentos ocorridos em maio de 2022; (iii) a elaboração de mapas de suscetibilidade a deslizamentos rasos considerando diferentes cenários de precipitação; (iv) a determinação dos limiares críticos de chuva e deslizamento; e (v) a implementação, no TRIGRS, dos impactos das intervenções antrópicas nas áreas de detalhe. Além disso, análises de estabilidade e fluxo serão realizadas nas áreas de detalhe utilizando os módulos Slope/W e Seep/W do GeoStudio, com o objetivo de validar os resultados do modelo TRIGRS. Os dados obtidos poderão subsidiar a implementação de um sistema de alerta precoce, contribuindo para a mitigação dos riscos de deslizamentos e para a gestão de riscos na RMR.