Avaliação, Governança, Bicicletas Públicas Compartilhadas, Quadrupla Hélice

Sistemas complexos, como a mobilidade urbana, com interdependências entre causas e efeitos e interações não lineares, requerem abordagens integradas e colaborativas para sua governança, envolvendo diferentes agentes e demandando avaliação contínua. As bicicletas públicas compartilhadas são essenciais nesse contexto, necessitando de políticas públicas integradas para promover cidades sustentáveis. A hipótese desta pesquisa propõe que um modelo de governança colaborativa envolvendo a participação de agentes da quadrupla hélice (governo, setor privado, academia e sociedade civil) e em diferentes níveis de governo, é o mais adequado para sistemas de bicicletas públicas compartilhadas. Fatores como engajamento, confiança mútua, transparência e comunicação são cruciais para fortalecer as interações entre eles. A pesquisa fundamenta-se na interação das quatro hélices, considerando liderança, estratégia e controle como mecanismos essenciais para a governança. A metodologia é quali-quantitativa com abordagem positivista, o estudo concentra-se no caso do BIKE PE, o único sistema no Brasil com abrangência metropolitana. Para essa análise, foram coletados dados por meio de questionário aplicado a 27 tomadores de decisão envolvidos na governança do sistema, além de uma pesquisa com 57 usuários para avaliar a qualidade do serviço prestado. Documentos e atas relacionados ao sistema também foram analisados. Propomos uma Matriz de avaliação SWOT da governança do sistema de bicicletas públicas compartilhadas com estruturação e atribuição de valores baseada na teoria de métodos multicritérios para avaliar os mecanismos de governança na perspectiva dos agentes da quádrupla hélice, considerando em cada critério, fatores de impacto retirados da literatura. A pesquisa busca identificar os fatores essenciais para boa governança que impactem positivamente na gestão e melhoria do sistema. Os resultados indicam que a comunicação e a confiança mútua são os fatores com maior impacto na governança. A liderança emerge como o mecanismo mais forte da governança do sistema, enquanto a estratégia é identificada como o ponto mais fraco, seguida pelo controle. Apesar dos problemas de manutenção e logística, os usuários do sistema avaliam positivamente o serviço oferecido.