INCORPORAÇÃO DOS EFEITOS GEOMECÂNICOS NA SIMULAÇÃO DE RESERVATÓRIOS NATURALMENTE FRATURADOS ATRAVÉS DE PSEUDOACOPLAMENTO
pseudoacoplamento; reservatórios naturalmente fraturados; geomecânica; tensor de permeabilidade da rede de fraturas; modelo de fechamento de fraturas; permeabilidade equivalente.
Reservatórios Naturalmente Fraturados (NFRs) desempenham um papel importante na indústria petrolífera, representando aproximadamente 60% das reservas mundiais de petróleo e 40% das de gás. A complexidade das redes de fraturas nesses reservatórios torna os padrões de fluxo de fluidos significativamente mais complicados em comparação aos reservatórios convencionais. Um dos principais desafios na gestão desses reservatórios é compreender como as variações de pressão afetam as fraturas e a permeabilidade global do reservatório durante as operações. Embora as simulações numéricas ofereçam uma visão detalhada do fluxo em sistemas fraturados, a necessidade de realizar múltiplas simulações para calibrar modelos dificulta a integração rotineira de aspectos geomecânicos. Este estudo tem como objetivo principal desenvolver uma ferramenta computacional capaz de capturar o comportamento hidromecânico de NFRs e incorporar a presença de fraturas e os efeitos geomecânicos nas simulações de fluxo, utilizando tabelas de pseudoacoplamento. Essa abordagem atualiza a porosidade e a permeabilidade do reservatório com base em tabelas que correlacionam a pressão de poros com multiplicadores apropriados. Para uma modelagem mais abrangente, foi desenvolvido um programa que gera automaticamente tabelas de pseudoacoplamento, utilizáveis em simuladores de fluxo comerciais. Esse programa baseia-se em modelos analíticos capazes de calcular a permeabilidade equivalente da rede de fraturas e da rocha matriz, considerando as variações na pressão de poros. A metodologia proposta oferece uma aproximação dos impactos geomecânicos nos modelos de simulação, aprimorando o tensor de permeabilidade da rede de fraturas proposto por Oda, tradicionalmente utilizado para calcular a permeabilidade em meios porosos, ao combiná-lo com a formulação de fechamento de fraturas de Barton e incorporar atualizações na porosidade e permeabilidade da matriz. Para validar essa metodologia, foram realizadas quatro simulações: a primeira em um cenário hipotético, alinhado com as premissas de Oda, onde as fraturas abrangem toda a célula da grade, validando o modelo adotado; e outras três em seções representativas de um reservatório carbonático do pré-sal brasileiro. Os resultados dessas simulações confirmaram a eficácia da metodologia, demonstrando sua capacidade de calcular permeabilidades equivalentes e de elaborar tabelas de multiplicadores adaptadas para NFRs. Além disso, foi possível realizar a simulação de um reservatório carbonático integrando a presença de fraturas e os efeitos geomecânicos por meio das tabelas de pseudoacoplamento geradas pelo programa desenvolvido neste estudo.