FUNCIONALIZAÇÃO DA SUPERFÍCIE METÁLICA DE TITÂNIO COM ÓXIDO DE GRAFENO PARA REVESTIMENTOS BIOCOMPATÍVEIS
óxido de grafeno, dispositivos médicos, formação de biofilme.
A formação de biofilmes é reconhecida como um importante causa de infecções resistentes, incentivando o desenvolvimento de abordagens inovadoras na área da saúde, como a nanomedicina, que emprega nanomateriais e nanopartículas para combater bactérias. Nanoestruturas antimicrobianas, como o grafeno, oferecem vantagens como baixa toxicidade, capacidade de superar resistência bacteriana e custos reduzidos. Este estudo teve como objetivo principal desenvolver e avaliar as propriedades biológicas do óxido de grafeno (GO) aplicado como revestimento em placas de titânio previamente submetida a ataque químico. Os revestimentos foram compostos por polimetilmetacrilato (PMMA) e óxido de grafeno (GO), sendo testados diferentes parâmetros de esfoliação do GO e estratégias de integração com o PMMA. O GO150w foi sintetizado a partir de grafite natural pelo método de Hummers-Offeman modificado, envolvendo a adição controlada de grafite e permanganato de potássio em ácido sulfúrico concentrado, seguido por água e peróxido de hidrogênio. Variações na síntese e parâmetros de sonicação permitiram a obtenção de óxidos de grafeno com propriedades distintas. As amostras de GO foram testadas quanto à capacidade de inibir biofilmes bacterianos em diferentes concentrações. A amostra GO150w apresentou uma inibição de 56,7% do biofilme de Escheria coli nas concentrações mais altas, mas problemas de solubilidade foram observados após 24 horas. A amostra GO7Kw teve resultados insatisfatórios, com maior crescimento bacteriano na menor concentração e apenas 30% de inibição nas concentrações mais altas. Por outro lado, já a amostra de GONaNO3 obteve maior inibição da formação do biofilme frente a bactéria S. aureus de 53,1% na concentração de 1,0 mg/mL e cerca de 49% na concentração de 0,5 mg/mL. Na inibição de biofilmes formados pela bactéria E. coli foi possível observar uma 43,4% na concentração de 1,0 mg/mL e 44,9% em 0,5 mg/mL, mostrando-se promissora como agente antimicrobiano para aplicações biomédicas.