A edicao universitaria pelas lentes de Bourdieu: capitais em disputa, habitus e autonomia do campo.
Palavras-chave: Edição universitária; comunicação científica; Pierre Bourdieu; campo; habitus; autonomia; capital simbólico
Esta tese configura a edição universitária no Brasil como um campo social específico,
com base na teoria dos campos de Pierre Bourdieu. Considerando as editoras
universitárias atuando em um espaço estruturado por capitais em disputa (econômico,
cultural, social e simbólico) e por forças externas como políticas públicas e lógicas
mercadológicas, busca como objetivo geral compreender sua estrutura, funcionamento e
as disputas simbólicas que atravessam o campo. Os objetivos específicos estão
diretamente vinculados aos procedimentos metodológicos adotados: (a) mapear os
principais agentes, instituições e instâncias do campo por meio de levantamento
bibliográfico da produção acadêmica dos últimos dez anos, especialmente indexada na
Base de Dados em Ciência da Informação (Brapci); (b) identificar os capitais em
disputa, as estruturas e suas relações entre os agentes por meio de análise documental de
diretrizes editoriais, estatutos e registros institucionais; (c) analisar a influência de
políticas públicas, modelos institucionais e de gestão sobre a autonomia do campo a
partir da leitura de documentos normativos e entrevistas com editores e gestores; e (d)
identificar as principais lutas, tensões e desafios enfrentados pelas editoras
universitárias explorando, por meio de entrevistas semiestruturadas, as percepções,
estratégias e habitus dos agentes. Todas as análises serão orientadas pelas categorias da
sociologia bourdieusiana — campo, capital, habitus — buscando-se produzir uma
interpretação crítica das estruturas e dinâmicas que organizam o universo editorial
universitário no Brasil, contribuindo para uma possível reformulação do modo como
esse campo é compreendido e exercido e seu papel na comunicação científica.