BEN: MODELO PARA MELHORIA DO WAYFINDING EM ROTAS ACESSÍVEIS INTERNAS CENTRADO NA PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL.
pessoa com deficiência visual; wayfinding; projeto centrado no usuário; rotas acessíveis; ferramenta projetual.
Esta pesquisa justifica-se pela importância em compreender as particularidades da deficiência visual para criar ambientes verdadeiramente acessíveis, destacando que poucas são as pesquisas e ferramentas que trabalham com a temática em questão. Trata-se de um trabalho relevante para a Ergonomia e o Design, pois contribui para o desenvolvimento de abordagens mais sensíveis às necessidades projetuais das PcDV, ampliando a fundamentação teórica nestas áreas. O estudo foca nas rotas acessíveis internas, projetadas para facilitar o deslocamento de pessoas com deficiência visual (PcDV) em ambientes internos. Considerando a diversidade dentro deste grupo, como variações na aquisição da deficiência e participação em treinamentos de orientação e mobilidade, a pesquisa visa promover um modelo para identificar e analisar necessidades de acessibilidade e melhorar o projeto de rotas acessíveis em edifícios públicos. Diante dessa realidade, o objetivo desta tese foi desenvolver uma ferramenta para a acessibilidade e ergonomia do ambiente construído, fornecendo suporte a projetistas na concepção de projetos com atenção às rotas internas acessíveis a PcDV. A metodologia utilizada envolve quatro momentos: levantamento bibliográfico e documental: referencial teórico; análise global do local da pesquisa: aplicação de checklist e elaboração dos observáveis; estudo de caso: atividades simuladas com grupos de foco; e resultados da integração teórico-prática: elaboração do modelo BEN. Em um primeiro momento, o levantamento das temáticas ocorreu na Universidade Federal de Pernambuco – UFPE e o estudo de caso no Centro Universitário UNIESP, em Cabedelo/PB. Sua estrutura física foi investigada por meio das planilhas da Lista de Checagem de Acessibilidade (Brasil, 2021). Os grupos focais são formados por PcDV total (acuidade visual abaixo de 0,05) e explora as características da cegueira congênita e adquirida, reconhecendo as diferentes habilidades desenvolvidas por esse grupo específico. O estudo de caso focou na distinção das variações na mobilidade dos usuários com cegueira congênita e adquirida, com e sem treinamento de orientação e mobilidade, enquanto utiliza o ambiente construído. Nele foram desenvolvidos e adaptados instrumentos de acordo com os objetivos a serem alcançados. A coleta de dados utilizou técnicas observacionais e interacionais que, juntamente com registros fotográficos e filmagens, registraram as atividades durante as simulações de uma rota interna executada por pessoas cegas. A partir desses registros foi possível analisar e desenvolver o Modelo BEN. Os resultados destacam a relevância da ferramenta desenvolvida para aprimorar a percepção multissensorial do espaço por PcDV, que poderão contribuir significativamente para a compreensão das dinâmicas de mobilidade e orientação, proporcionando uma base sólida para a criação de ambientes e rotas acessíveis internas mais inclusivos. A conclusão demonstra que a investigação das estratégias de orientação e mobilidade das PcDV no ambiente construído possibilita o desenvolvimento de recursos e referenciais adicionais para promover a segurança e a autonomia a esse grupo, revelando a criação do Modelo BEN.