A Antropocena na Estetica Humus de Bjork.
antropoceno; estética; ficção especulativa.
O estudo propõe analisar como as narrativas visuais criadas por Björk, em seus quatro últimos álbuns, esboçam as complexidades que envolvem o tempo presente, o Antropoceno e suas visualidades na cultura pop, ampliando as noções de estética em torno do tema, a partir da ficção especulativa e das relações multiespecíficas na experiência estética da artista e seus modos de agenciar os fins. Nesse sentido, Haraway (2023) defende que pensemos nossa existência enquanto húmus, para além do Homo como espécie cooptada por uma forma de ser hierarquizada, acumulativa e agente na falência de mundos. Ser húmus é ser composto, material orgânico dos restos de vida, que se regeneram alimentando outras vidas em suas mais variadas formas. Ao passo que nos entendemos como húmus, coabitamos as ruínas, fazendo o trabalho de compostagem. Para tanto, tenciona-se: discutir as nuances que resultam da arte e da política do nosso tempo, por meio da cultura pop e da ficcionalidade que a caracteriza; identificar quais elementos presentes na obra de Björk compõem uma estética emergente do Antropoceno; e propor a experimentação e o desenvolvimento de acessórios corporais, a partir da análise do Antropoceno e dos sentidos teóricos e práticos que agenciam imaginários e afetos da pesquisadora.