Banca de QUALIFICAÇÃO: MARCELA LAMOUR WANDERLEY

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MARCELA LAMOUR WANDERLEY
DATA : 07/06/2024
LOCAL: VIA VIDEOCONFERÊNCIA
TÍTULO:

Corpo abjeto e feminino monstruoso nas visualidades:  representações desviantes como vias para desestabilização  dos femininos normativos


PALAVRAS-CHAVES:

Visualidades, Gênero, Corpo Feminino


PÁGINAS: 49
RESUMO:

O presente estudo se orienta à produção dos discursos visuais acerca do feminino comprometidos com a expansão das experiências das mulheres e com a diminuição das opressões, explorações e desigualdades que incidem violentamente sobre suas existências, aspectos ainda mais evidentes na atual situação de crise mundial. Partindo-se da importância das narrativas visuais para a transformação da realidade em favor do equilíbrio socioambiental e simbólico no sentido da equidade de direitos entre homens e mulheres, cujos contornos reveladores da grande vulnerabilidade a que estão submetidas pode ser claramente visualizados em relatório recentes da condição das mulheres divulgado no final de março de 2020 pela ONU, o estudo visa apontar caminhos que possibilitem a produção de visualidades que incluam as existências e múltiplas experiências de gênero, e que atuem na desconstrução da matriz sexista opressora em que se baseiam as representações recorrentes do feminino. O pensamento sobre feminino e masculino como construções que ultrapassam a diferença sexual, segundo Teresa de LAURETIS (1994), já era emergente nos escritos feministas da década de 1980. Desenvolvida a partir da teoria de Foucault, segundo a qual a sexualidade é uma “tecnologia sexual”, essa visão propõe que o gênero, como constituição dos sujeitos femininos e masculinos, é também produto e processo “de diferentes tecnologias sociais, como o cinema, por exemplo, e de discursos, epistemologias e práticas críticas institucionalizadas, bem como das práticas da vida cotidiana” (1994, p. 208). LAURETIS (1994) parte da visão foucaultiana que entende o gênero não como uma propriedade dos corpos, mas sim como efeito da linguagem sobre eles, mas ela também faz uma crítica ao androcentrismo das teorias que, buscando combater a tecnologia que produz a sexualidade, não levam em consideração as relações sociais que constituem e validam a opressão sexual das mulheres, permanecendo dentro de uma ideologia que beneficia os sujeitos masculinos (1994, p. 223). Para a autora, a relação entre homens e mulheres é também uma relação de classes, não no sentido marxista, que vê classes sociais como grupos de pessoas unidas por determinantes e interesses sociais relacionados à propriedade ou não dos meios de produção, mas sim as classes como categorias previamente estabelecidas. Masculino e feminino são as representações não dos indivíduos, mas sim de uma relação social, e é aí que se encontra, para a autora, o conceito de gênero. O sexo biológico, então, determina a classe à qual pertence o indivíduo, enquanto o gênero prepara esse indivíduo para que ele assuma uma posição determinada. Masculino e feminino são, nesse sentido, definidos culturalmente a partir da oposição de dois sexos biológicos, o que é denominado como “sistema de sexo-gênero”.


MEMBROS DA BANCA:
Interna - ***.424.007-** - ANA NEUZA BOTELHO VIDELA - UFCA
Interna - ***.725.346-** - FLORA ROMANELLI ASSUMPCAO - UNIVASF
Interna - 1134116 - ORIANA MARIA DUARTE DE ARAUJO
Externa à Instituição - ELIZABETH PIRES DA MOTTA FRANCO
Externo à Instituição - ANTONIO CARLOS MOTA DE LIMA - IPHAN
Notícia cadastrada em: 24/05/2024 11:25
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