GENTE SEM TETO e TETO SEM GENTE O capital simbólico da população em situação de rua e o estoque de edificações ociosas como propulsores da reabilitação urbana do bairro de Santo Antônio, Recife-PE
capital simbólico; reabilitação urbana; conservação integrada
RESUMO
No cenário urbano contemporâneo, as questões relacionadas à promoção do desenvolvimento sustentável assumem uma importância crescente. A Nova Agenda Urbana, lançada no Habitat III, na terceira Conferência das Nações Unidas sobre Moradia e Desenvolvimento Urbano Sustentável, em Quito - Equador, realizada em 2016, trouxe considerações importantes sobre a “relação entre urbanização sustentável e criação de empregos, oportunidades de subsistência e melhoria da qualidade de vida” (ONU-Habitat, 2020, p. X). Com este cenário, a pesquisa aqui apresentada propõe uma análise multifacetada da dinâmica urbana de uma das áreas mais emblemáticas da cidade do Recife, o bairro de Santo Antônio, sob a perspectiva sociológica fundamentada nas teorias de Pierre Bourdieu. Considerando o número significativo de edifícios ociosos e o alto contingente de pessoas em situação de rua no bairro, este estudo busca ressaltar a relevância e o impacto do capital simbólico desses indivíduos como insumo para a reabilitação urbana do bairro em questão. A proposta é compreender como o capital simbólico – correspondente ao conjunto de procedimentos de reconhecimento social, e que compreende o prestígio, a honra etc. (THIRY-CHERQUES, 2006, p. 39) – da população em situação de rua pode ser mobilizado a fim de influenciar a transformação inclusiva do bairro de Santo Antônio.