“GOSTARIA DE DORMIR NO INVERNO COMO DURMO NO VERÃO”: Corpografias Urbanas Geradas a partir da Vulnerabilidade Socioambiental Vivida pelas Populações do Ipsep e Coqueiral na Bacia do Rio Tejipió
Corpografia Urbana; Vulnerabilidade Socioambiental; Desigualdade Socioespacial; Corporeidade
A pesquisa se baseia na busca das implicações que levam as populações da Bacia do Rio Tejipió a desenvolverem comportamentos específicos, associados a forma como lidam com o contexto de vulnerabilidade socioambiental ao qual estão submetidas há décadas, influenciados, principalmente, pelas recorrentes inundações do Rio Tejipió. Para isso, o trabalho se apoiará em buscar as causas estruturais e sistêmicas que apontam para essa observância. Desse modo, o objetivo da pesquisa será analisar as corpografias urbanas geradas nas e pelas populações em situação de vulnerabilidade socioambiental situadas nas comunidades do Ipsep e Coqueiral, em Recife. Entende-se a coporgrafia urbana, de acordo com a abordagem proposta pela arquiteta e urbanista Paola Berenstein Jacques (2012, p.144-145), como sendo uma cartografia gerada pelo e no corpo, provocando uma memória urbana inscrita naquele, através da experiência vivida na cidade, que o afeta e configura sua dimensão corpórea. Através desse caminho, será mostrado que determinados comportamentos, expressos no contexto de vulnerabilidade socioambiental, não são ontológicos, mas socialmente produzidos pela desigualdade espacializada na estrutura capitalista.