Banca de QUALIFICAÇÃO: WILSON DE BARROS FEITOSA JUNIOR

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: WILSON DE BARROS FEITOSA JUNIOR
DATA : 25/02/2025
LOCAL: on-line
TÍTULO:

O gesto jardineiro como componente imaterial do jardim histórico


PALAVRAS-CHAVES:

 


gesto, jardineiro, imaterialidade, patrimônio, jardim histórico, saber 


PÁGINAS: 120
RESUMO:

O jardineiro é figura essencial para a criação e perduração de um jardim. Sendo arte, fruto da atividade humana e da natureza simultaneamente, o jardim se remete às leis específicas de cada uma para sua permanência física e espiritual, mediadas a partir da figura do sujeito-jardineiro, que controla os limites das interferências naturais que agem além de sua intervenção e atua de maneira direta recompondo elementos necessários para a leitura artística — e simbólica — prevista. Contudo, a conservação da maioria dos jardins históricos brasileiros é precária porque a ausência dos jardineiros é uma constante, o que acarreta sérios níveis de degradação do bem cultural. Um exemplo expressivo são os jardins do paisagista Roberto Burle Marx na cidade do Recife, que perecem mesmo após seu processo de restauro e tombamento sucedidos nas últimas duas décadas. Outro ainda é o Centro Cultural Sítio Roberto Burle Marx (SRBM), reconhecido como Patrimônio Cultural Mundial no ano de 2021 e que enfrenta dificuldades na composição de seu quadro de jardineiros, remanescentes de uma cultura promovida ainda em vida por Burle Marx. Nos dois cenários o personagem jardineiro não se faz presente integralmente como constituinte do bem protegido nem há de forma institucionalizada algum aparato para salvaguarda de seu exercício. Compreendendo que no ato de jardinar o jardineiro desenvolve saberes específicos que são aplicados e dotados de intencionalidade e expressão configurando um gesto de ordem imaterial, é possível se questionar se o jardineiro, por meio de seu gesto, se torna tão imprescindível para a apreensão do jardim histórico e sua conservação a ponto de se configurar como parte do bem patrimonial. Com o objetivo de discutir a relação imaterial entre jardineiro e jardim histórico a partir de seu gesto na conservação, foi necessário o aprofundamento da categoria gesto, abordando a relação entre saber e corporeidade exercidos no contato diário do jardim, compreendendo que há duas faces desse gesto, uma de aspecto criativo, outra de caráter conservador. De modo especial, as teorias de Clément e Merleau-Ponty serviram de base para essa construção conceitual.  Posteriormente ocorreu o aprofundamento teórico no campo da imaterialidade do patrimônio cultural voltado para a conservação de jardins históricos, permitindo traçar possibilidades para o jardineiro. Por fim, foram analisados em campo os jardineiros do SRBM, permitindo o exame de sua participação e rebatendo os pressupostos da pesquisa por meio de entrevistas, registros visuais, mapeamento e identificação do gesto performado.  Dessa maneira será possível comprovar a especificidade do jardineiro e a indissociabilidade entre personagem e bem patrimonial para a conservação.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2203900 - ANA RITA SA CARNEIRO RIBEIRO
Interno - 1061436 - JOELMIR MARQUES DA SILVA
Externo ao Programa - 2345686 - ALFREDO DE OLIVEIRA MORAES - UFPEExterno à Instituição - ARTHUR SIMOES CAETANO CABRAL
Externa à Instituição - ISABELLE CURY
Externa à Instituição - JOSEANE PAIVA MACEDO BRANDAO
Notícia cadastrada em: 07/02/2025 14:10
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