Banca de QUALIFICAÇÃO: EDUARDA CAVALCANTI VALENÇA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: EDUARDA CAVALCANTI VALENÇA
DATA : 15/10/2025
LOCAL: Remotamente, via google meet
TÍTULO:

DISCURSO BOLSONARISTA E “MEMÓRIA FABRICADA”: A MATERIALIDADE DA IMAGEM NA REDE SOCIAL INSTAGRAM

PALAVRAS-CHAVES:

Análise do Discurso;  Memória fabricada; Materialidade Imagética; Aconteimento Midiático; Acontecimento Virtual. Instagram

PÁGINAS: 150
RESUMO:

O presente trabalho, ancorado na Análise do Discurso pecheuxtiana, analisa as formas de produção de sentidos do discurso de Jair Bolsonaro, com foco na relação entre imagem, memória e ideologia, a partir das postagens realizadas em sua conta oficial no Instagram. Partimos da noção de acontecimento midiático, compreendido como as falas públicas que, ao ganharem ampla circulação e repercussão nos meios de comunicação, produzem
efeitos de sentido marcados pelo choque e pela contradição, inscrevendo-se na memóriadiscursiva e tornando-se objeto de disputas interpretativas. Ou seja, instauram deslocamentos no campo discursivo e permanecem como marcas na memória social. Já as postagens no Instagram, constroem o que chamei de memórias fabricadas, que se constituem como narrativas alternativas e versões reconfiguradas de um acontecimento midiático. Essas memórias podem produzir apagamentos e ressignificações que buscam minimizar, ou mesmo apagar, as contradições instauradas nas falas públicas. Para compor o corpus desta análise, fizemos um recorte temático da relação de Bolsonaro com as mulheres, para analisar o posicionamento machista e misógino assumido pelo ex-presidente. As análises demonstram que, diante desses acontecimentos midiáticos, as postagens no Instagram operam como espaço de produção de memórias fabricadas, nas quais imagens e enunciados buscam construir narrativas alternativas e versões reconfiguradas da realidade. Trata-se de um processo discursivo que procura apagar ou silenciar os sentidos instaurados pelas falas públicas, estabelecendo o que Pêcheux denomina de irrealizado histórico, isto é, uma narrativa que cria o efeito de verdade sobre o que não ocorreu, buscando apagar o que efetivamente foi dito. Assim, o estudo demonstra que a disputa discursiva não apenas reflete embates políticos, mas também se materializa na fabricação ativa de memórias, revelando o papel da linguagem na reescrita de acontecimentos e na sustentação de projetos ideológicos.

 

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1667608 - EVANDRA GRIGOLETTO
Interna - 1076102 - FERNANDA CORREA SILVEIRA GALLI
Externa à Instituição - SUZY MARIA LAGAZZI