Espaço no romance de introspecção brasileiro: Uma análise a partir de Crônica da Casa Assassinada e A Luz no Subsolo, de Lúcio Cardoso.
Romance; introspecção; espaço; Lúcio Cardos
Esta dissertação investiga o modo como o elemento narrativo espaço é construído no campo de interiorização do eu, presente nos romances de introspecção que vigoraram no final da primeira metade e início da segunda metade do século XX no Brasil, a partir das obras A Luz no Subsolo e Crônica da Casa Assassinada, do escritor mineiro Lúcio Cardoso. O trabalho averigua como a representação desses espaços está disposta frente à condição conflituosa do homem moderno, indicando adaptações estéticas que buscam refletir estruturas instáveis, direcionadas a um conjunto de imagens e artifícios requeridos para o desenvolvimento de um teor psicológico na produção literária; reflete sobre a posição do romance de introspecção e de Lúcio Cardoso no âmbito teórico literário; discute também sobre as transformações que o romance brasileiro adquire na década e no contexto de 1930 no Brasil. Para isso, contaremos com pontuações teóricas de trabalhos como os de, dentre outros, Rosenfeld (1969), no que diz respeito ao contexto de transformações do romance moderno, Brayner (1979), Bosi (1997) e Camargo (2001), para embasar os levantamentos sobre o romance de introspecção no Brasil e seu contexto de produção, além de outras questões pertinentes acerca da literatura brasileira. Brandão (2013), Lins (1976), Bachelard (1984), Foucault (2013), Filho (2007) e outros, que estruturam as discussões sobre o espaço ficcional, e, por fim, alguns trabalhos que desenvolvem estudos acerca de Lúcio Cardoso, como Carelli (1988), Dungue (2019) e Santos (2005). Laconicamente, conferimos que Lúcio Cardoso pauta a elaboração de um espaço estruturado por um discurso da consciência e cria, através do cunho memorialista, conflitos específicos de uma condição moderna, atestando as nuances psicológicas que essa narrativa interiorizada requer. Dessa forma, o espaço é tratado também em suas limitações de perspectiva individual e por um imaginário que reflete o deslocamento existencial e instável dos personagens.