GRAFITE, CIDADE E LEITURA: múltiplas leituras na formação de leitores de no ensino de língua espanhola
Grafite; cidade; leitura; discurso; ensino de língua espanhola.
O grafite enquanto discurso sobre a cidade carrega consigo memórias apagadas ou silenciadas no processo de urbanização pelo qual as cidades passaram ao longo do tempo, pensando nisso que compreendemos relevante a presença da leitura do grafite no ensino de língua espanhola para brasileiros como um modo de promover as leituras múltiplas na formação de leitores nesse contexto de ensino. Objetiva-se com este estudo refletir sobre quais são as potencialidades das práticas de leitura de grafites, em especial o latino-americano, unida às leituras outras realizadas no ensino de espanhol como língua estrangeira. Para isso, será fundamental explorar o que se revela na relação do grafite com a cidade e seus sujeitos-cidadãos, uma vez que também pode ser entendido enquanto objeto que provoca tensões através do seu teor artístico; isso torna indispensável investigar como se comporta o grafite diante das dualidades sujeito-cidade e discurso-leitura para dizer seu papel no desenvolvimento de um olhar crítico da leitura que se faz das cidades. Este trabalho se fundamenta teoricamente (1) nos estudos semióticos do filósofo e linguista Armando Silva por ter se aplicado a dar corpo para noções que respaldam a ideia de que o grafite é objeto simbólico da cidade; (2) nos estudos desenvolvidos na Análise do Discurso, especificamente na vertente estruturada por Michel Pêcheux, para pensar discursivamente a leitura, a cidade e o grafite, tendo como foco principal os trabalhados desenvolvidos por Eni Orlandi (2012; 2015) e Suzy Lagazzi (1984; 2010; 2011). Após esse trajeto, serão destacadas as contribuições que se somam ao grafite enquanto materialidade de leitura que mobiliza discursos importantes no ensino de espanhol como língua estrangeira ao reacender a memória cultural e
política dos grupos sociais das cidades marginalizadas.