PPGL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS - CAC DEPARTAMENTO DE LETRAS - CAC Phone: (81) 99262-6709

Banca de DEFESA: FABIANA DA SILVA CAMPOS DOS SANTOS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: FABIANA DA SILVA CAMPOS DOS SANTOS
DATA : 20/12/2024
HORA: 14:00
LOCAL: Remotamente, via google meet
TÍTULO:

TORTO ARADO E CHANGÓ EL GRAN PUTAS: NARRATIVAS DE PERTENCIMENTO NO CENÁRIO LITERÁRIO AFROLATINO-AMERICANO

 


PALAVRAS-CHAVES:

Pertencimento; decolonialidade; literatura afro-latina; Torto arado; Changó el gran Putas.


PÁGINAS: 150
RESUMO:

O presente trabalho analisa as obras literárias afro-latinas Torto arado (VIEIRA JUNIOR, 2019) e Changó, el gran putas (ZAPATA, 2023), visando observar representações de pertencimentos. Em “Pertencimento: uma cultura do lugar”, bell hooks (2022) discute a noção de pertença e afirma que esta desempenha um papel essencial na construção da identidade, sendo a conexão com a comunidade, a terra e os elementos culturais fatores fundamentais que definem o lugar do ser, do existir e do resistir e que são atrelados aos povos da diáspora negra (HALL, 2009; GILROY, 2011) nas Américas. Nesse contexto, as produções de saberes e práticas de resistência compreendidas como decoloniais (MIGNOLO, 2005; BERNARDINO COSTA & GROSFOGUEL, 2016), tal como se pode observar nas obras analisadas, está atrelada à luta por pertencer à terra chamada América na sua dimensão negra continental diaspórica, reverberada ainda hoje nas lutas pelo direito à terra em sua dimensão local, seja através desse enfrentamento, seja pelo reconhecimento dos territórios, tanto materiais quanto simbólicos (PORTO-GONÇALVES, 2010; HAESBAERT, 2021). Assim, a presente tese é guiada pela leitura comparativa das obras à luz da Poética da Relação (GLISSANT, 2011), o que contribui para pensar como essas narrativas constroem representações de luta pelo pertencimento de maneira múltipla e relacional, desafiando as diferentes formas de negar o direito de pertencer. Nesse sentido, verifica-se como a terra e o território surgem enquanto temas centrais nas narrativas, cuja relação com o espaço transcende o aspecto material e conecta-se profundamente com a identidade e a ancestralidade. Percebe-se ainda que essa conexão se manifesta tanto por meio de elementos religiosos e espirituais, que simbolizam força, poder e resistência, quanto pelas memórias reconhecidas em dimensões individuais e coletivas. Tais dimensões são entrelaçadas à oralidade e aos signos mnemônicos transatlânticos, criando uma relação que liga os personagens a uma esfera mística e histórica, promovendo um senso de luta, resiliência e continuidade entre gerações. Desse modo, a noção de pertencimento, observada nas duas obras, está intimamente correlacionada aos saberes que emergem das partilhas do sensível (RANCIÈRE, 2005), os quais possibilitam uma reflexão crítica acerca do "senso comum" forjado sob a força da colonialidade (QUIJANO, 2000). Esse processo de questionamento abre caminho para novas formas de  imaginar o mundo, ao mesmo tempo em que viabiliza a reconstrução e a ressignificação de imaginários de pertencimentos para os povos da diáspora negra nas Américas, desafiando as estruturas de poder que ainda perpetuam as lógicas coloniais.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - MARIA ANÓRIA DE JESUS OLIVEIRA - UNEB
Interna - ***.934.184-** - BRENDA CARLOS DE ANDRADE - UFRPE
Externa à Instituição - DENISE MARIA BOTELHO - UFRPE
Presidente - 2174648 - ROLAND GERHARD MIKE WALTER
Externa à Instituição - TÂNIA MARIA DE ARAÚJO LIMA - UFRN
Notícia cadastrada em: 13/12/2024 11:05
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