VITALIDADE OU AMEAÇA DE EXTINÇÃO? A SITUAÇÃO SOCIOLINGUÍSTICA DA LÍNGUA INDÍGENA BRASILEIRA YAATHE (FULNI-Ô)
Língua Indígena Brasileira; Bilinguismo; Vitalidade linguística; Fulni-ô; Yaathe.
Esta tese propõe-se a investigar a situação sociolinguística da comunidade indígena Fulni-ô, com ênfase na vitalidade e preservação da língua Yaathe, reconhecida como a única língua nativa funcional do Nordeste brasileiro. Diante da vulnerabilidade das línguas indígenas e do risco de extinção, o estudo mapeia a extensão do uso do Yaathe em comparação com o Português, explorando fatores que podem indicar tendências de substituição ou deslocamento. Com base em dados quantitativos e qualitativos obtidos por questionários e observação participante, a pesquisa analisa o bilinguismo e as práticas intergeracionais de transmissão, observando a frequência de uso do Yaathe em contextos familiares, entre amigos e nas interações com lideranças e anciãos. Além disso, examina as atitudes dos membros da comunidade em relação ao Yaathe. Esse estudo fundamenta-se em conceitos de bilinguismo, diglossia e morte de línguas, além de aplicar o Quadro de Avaliação de Vitalidade da UNESCO (2003), analisando sua adequação à realidade da língua Yaathe. A metodologia adotada combina survey sociolinguístico e observação participante, permitindo uma avaliação da vitalidade do Yaathe por meio do Quadro de Avaliação da UNESCO (2003), cuja aplicabilidade ao contexto Fulni-ô será analisada. A análise dos dados aponta para o papel crucial de agentes de transmissão, como avós e pais, e mostram uma tendência de maior uso do Português entre os jovens, embora o bilinguismo ainda persista. Conclui-se, ainda que de forma preliminar, que a língua Yaathe é amplamente usada e compreendida na comunidade.