EFEITOS GENOTÓXICOS EM MOSQUITOS AEDES AEGYPTI EXPOSTOS À RADIAÇÃO GAMA E EM SEUS DESCENDENTES
Ensaio cometa; Genotoxicidade; Micronúcleo; TIE
Aedes aegypti emerge como o principal vetor responsável pela propagação de arboviroses. Uma estratégia efetiva para mitigar a incidência dessas doenças é o controle dos insetos vetores, e a Técnica do Inseto Estéril (TIE) se destaca como método de supressão populacional mediante a esterilização de machos, geralmente por meio de radiação ionizante. O presente trabalho se propôs a avaliar o efeito genotóxico da radiação ionizante na geração parental (F0) e nas duas gerações consecutivas (F1 e F2), de Aedes aegypti, por meio dos ensaios cometa e micronúcleo. Para tanto, pupas machos de A. aegypti foram submetidas à radiação gama, em doses de 20, 30, 40 e 50 Gy. Após esse procedimento, foi analisada a taxa de oviposição nas gerações F1 e F2, bem como a viabilidade dos ovos. O efeito mutagênico foi avaliado por meio do Teste do Micronúcleo: em larvas (gânglio cerebral), machos adultos (túbulos de Malpighi) e fêmeas adultas (ovócitos). A avaliação genotóxica, foi conduzida por meio do Ensaio Cometa, em larvas e adultos, em células da hemolinfa. Os resultados dos parâmetros fecundidade e fertilidade, indicam que houve transferência dos danos recebidos pela F0 para F1, confirmado pelos dados obtidos no teste micronúcleo. Quanto à genotoxicidade, foi observado que o índice de dano aumenta proporcionalmente ao aumento da dose de radiação. Os resultados sugerem que a dose de 50 Gy apresenta maior segurança para uso na TIE.