NÃO SE NASCE DIRETORA, TORNA-SE: RETRATOS SOCIOLÓGICOS DE MULHERES NA REALIZAÇÃO DE CINEMA EM PERNAMBUCO
Mulheres no cinema; Campo cinematográfico; Sociologia da Arte; Agência.
Nesta tese, parto da ideia de que não se nasce diretora, torna-se. Meu objetivo foi investigar como ocorrem os processos de integração de diretoras no campo cinematográfico pernambucano. O aporte teórico combina contribuições da sociologia da arte, com autores como Pierre Bourdieu, Howard Becker e Nathalie Heinich, à antropologia cultural de Sherry Ortner, além das perspectivas decoloniais e feministas negras por meio do pensamento de Lélia Gonzalez, Cida Bento e Patricia Hill Collins, que ampliam a compreensão das interseções entre gênero, raça e poder. Adotei a metodologia qualitativa, com ênfase na autoetnografia, articulando a memória da pesquisadora como parte reflexiva da análise. Os resultados indicam trajetórias marcadas por desigualdades de gênero, raça e classe, mas também por agenciamentos individuais e coletivos, práticas de resistência e novas reconfigurações no audiovisual pernambucano mobilizadas, sobretudo, por mulheres do setor.