PELO DIREITO DE SER CUIDADA E EXISTIR: Um olhar sobre o contexto das desigualdades de gênero e seus agravantes para mulheres negras vivendo com HIV.
Desigualdades de gênero; HIV/AIDS; Interseccionalidade; Mulheres negras; Racismo.
O presente estudo se propõe a analisar as desigualdades estruturais, sobretudo aquelas marcadas por gênero, raça e classe e de que forma estas, atravessam a realidade de mulheres negras que vivem com HIV/AIDS, partindo da discussão de que, embora a incidência do HIV/AIDS prevaleça na figura masculina, é importante considerar que as taxas de infecção entre mulheres negras podem ser compreendidas por meio de fatores sociais e econômicos que produzem e aprofundam desigualdades. Do ponto de vista metodológico, adotamos a interseccionalidade como ferramenta analítica aliada as contribuições e enfrentamentos do movimento negro feminino que apontam a importância dessa abordagem para a análise crítica da realidade social de mulheres negras, considerando que o intercruzamento de raça, gênero e classe posicionam os indivíduos de formas diferentes na sociedade. Nesse sentido, por meio da análise documental em diálogo a revisão de literatura buscamos problematizar que esses condicionantes moldam os indicadores relacionados ao HIV/AIDS, revelando padrões de desigualdades marcados por processos históricos de marginalização, através de elementos presentes no boletim epidemiológico (2019 – 2024) nos quais evidenciam lacunas e avanços essenciais, articulados a subsídios produzidos pela Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) e a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM), além disso, o arquivo de HIV do Portal Geledés – Instituto da Mulher Negra oferece materiais importantes que contribuem para a análise das discussões acerca das desigualdades de gênero, raça e classe e desafios voltados ao diagnóstico, tratamento e direito ao cuidado