EXU MATOU UM PÁSSARO ONTEM COM UMA PEDRA QUE SÓ JOGOU HOJE:
A encruzilhada histórica do Serviço Social brasileiro na apreensão da Questão social e
Questão Racial
Formação social. Questão Racial. Questão social. Serviço Social. Totalidade
social.
Questão Racial no Brasil, destacando a importância da análise crítica e histórica do contexto
colonial e capitalista que estrutura o país, questionando a forma como a questão racial é
muitas vezes negligenciada nos estudos sobre a questão social, propondo uma reflexão que
considera as desigualdades históricas e estruturais que moldam a realidade social. Ao
considerar o racismo não como uma mera expressão da questão social, mas como um
elemento fundamental na constituição das desigualdades sociais, defende-se a necessidade de
reavaliar as definições tradicionais da Questão Social, que não conseguem abarcar as
contradições raciais presentes na sociedade brasileira. A pesquisa propõe uma abordagem
teórica que considera a origem do racismo, anterior ao capitalismo, e como ele se articula com
a divisão social do trabalho, forjando a emergência da Questão Social. A pesquisa surge de
uma série de inquietações e lacunas descobertas nas análises existentes, especialmente em
relação à homogeneidade da classe trabalhadora e a profunda divisão racial do trabalho,
questionando por que a população negra é a mais afetada pelas expressões da questão social,
considerando a raiz colonial do país e como isso atravessa a constituição. Bem como, se lança
a analisar a influência da eugenia na compreensão das contradições existentes no tecido social
onde a gênese do Serviço Social, marcada por ideais de brancura, revela que sua raiz é
racista, o que explica a desqualificação e a resistência ao debate racial dentro da profissão. A
totalidade social, como conceito, implica a interdependência entre as diversas esferas que
moldam a sociedade, como raça e classe. Contudo, o Serviço Social, em sua prática e
formação, frequentemente separa essas questões, ignorando a complexidade das relações
sociais e sua raiz histórica, especialmente no contexto brasileiro, marcado pela colonização e
pelo racismo estrutural. Essa visão fragmentada e redutora impede que a profissão reconheça
a totalidade das contradições que perpassam as desigualdades sociais, resultando em uma
compreensão incompleta da realidade e das possibilidades de intervenção. A pesquisa busca
reconstruir o passado histórico para compreender melhor a fundamentação da questão social,
destacando que a questão racial não é apenas um recorte, mas um elemento central e histórico
que permeia a formação social brasileira. Reconhecer e confrontar essas questões é
fundamental para preencher as lacunas e avançar em direção a uma verdadeira transformação
social.