O TRABALHO EM HOME OFFICE DAS PROFESSORAS DA REDE BÁSICA DE ENSINO DE PERNAMBUCO NO CONTEXTO DA PANDEMIA DA COVID-19
Em desenvilvimento.
Em meio à crise econômica, política, social e ambiental, emergiu a pandemia da COVID-19, expondo a irracionalidade desse sistema que busca preservar seus lucros em detrimento do sofrimento e da morte de milhões de pessoas. A enfermidade que se difundiu como surto global por meio da disseminação do novo coronavírus (ou SarsCov-2) agravou e tornou evidente a contradição inerente da relação entre capital e trabalho, combinado com os mecanismos de opressões que são perpetuados pelo capitalismo para intensificar a exploração e ampliar as suas taxas de lucro. Na particularidade brasileira, essa realidade fica mais evidente quando dirigimos nossa atenção ao trabalho das mulheres. A deterioração dos direitos trabalhistas e das condições de vida, o desemprego, a intensificação das jornadas de trabalho, a falta de acesso a serviços públicos essenciais, são apenas algumas das manifestações pioradas dessa crise que atingem a classe trabalhadora em geral e, particularmente, as mulheres. No âmbito da educação pública, as professoras passaram a trabalhar em tempo integral na própria casa, expostas às condições de trabalho improvisadas e às intensivas jornadas de trabalho, entre trabalho profissional e trabalho doméstico e de cuidados não remunerado. Na esteira desses processos, nossa pesquisa de mestrado pretende responder à seguinte questão: de que forma o capital se apropria das Tecnologias de Informação e Comunicação no espaço doméstico durante a pandemia para introduzir dispositivos de exponenciação da exploração e da precarização do trabalho das professoras? No âmbito deste estudo, compreender a questão a partir de uma categoria composta majoritariamente por mulheres, como é o caso das professoras na educação básica da rede pública, que foi significativamente afetada pela transferência do seu trabalho profissional para o ambiente doméstico, mediado pelo uso das TICs, pode nos fornecer pistas importantes para compreender como a divisão sócio-sexual e racial do trabalho não só permanece na nova dinâmica do capital, mas toma novas formas de exponenciação em meio aos novos mecanismos de extração de mais-valor em meio a difusão da Indústria 4.0. Ademais, acreditamos que nossa pesquisa, a ser desenvolvida através de estudo bibliográfico e documental, também venha a enriquecer estudos que se propõem a analisar de que maneira a pandemia atuou como um agente catalisador para a implementação em larga escala do trabalho em Home office no âmbito da educação pública, se configurando numa tendência à precarização do trabalho docente no contexto regional.