HABILIDADES SOCIAIS E EXPECTATIVAS ACADÊMICAS COMO INDICADORES DA ADAPTAÇÃO DE ESTUDANTES NEUROATÍPICOS INGRESSANTES À UNIVERSIDADE
Ensino Superior; Adaptação acadêmica; Neurodiversidade, TDAH; TEA.
A crescente entrada de estudantes neurodiversos no Ensino Superior (ES) tem trazido o tema à discussão por variadas óticas, como o preparo docente, os serviços disponíveis na instituição e a visão sobre o desempenho destes estudantes. Ao ingressar no ensino superior, por vezes, subsequente ao ensino médio, o estudante se encontra em um ambiente institucional que possibilita ampliar suas aptidões e maximizar seus conhecimentos. Contudo, esse período de transição pode ser acentuado por diversos fatores psico-socioambientais que auxiliam ou dificultam esse processo que requer dos acadêmicos adaptações ao novo cenário. A adaptação acadêmica pode ser concebida a partir da capacidade que o estudante possui para se integrar ao sistema do ensino superior, gerenciando processos afetivos, sociais e cognitivos em prol do sucesso próprio no novo contexto. Esse processo de inserção, adaptação e permanência dos estudantes na universidade se relacionam com diversas variáveis, dentre elas as expectativas acadêmicas e as habilidades sociais. As expectativas servem como mediadoras das escolhas e do envolvimento acadêmico dos universitários, além de alinharem os níveis de satisfação. Já as Habilidades Sociais representam o conjunto de comportamentos que surgem diante de situações sociais com a finalidade de expressar opiniões, ideias e sentimentos, além de estarem associadas aos fatores iniciação e manutenção dos relacionamentos sociais, o que influencia na aceitação em grupos e contextos onde os sujeitos estão inseridos. Destarte, o presente estudo tem como objeto de investigação averiguar as possíveis relações entre as expectativas acadêmicas e as habilidades sociais como balizadores do processo de adaptação de estudantes com diagnóstico do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade
(TDAH) e do Transtorno do Espectro Autista (TEA) ao ensino superior. Participarão 80 estudantes matriculados do primeiro ao terceiro semestre letivo em curso de graduação presencial oriundos de duas instituições de ensino superior do Recife, uma da rede pública e outra da rede privada. Os participantes serão divididos em grupo controle (sem diagnóstico/neurotípico) e grupo experimental (com diagnóstico/neuroatípico). Para tanto, serão utilizados questionário sociodemográfico e o Mini-Exame do Estado Mental para caracterizar a amostra de acordo com os critérios de inclusão, bem como instrumentos para avaliar os construtos habilidades sociais (Inventário de Habilidades Sociais 2), expectativas acadêmicas (Escala Expectativas Acadêmicas de Estudantes Ingressantes na Educação Superior) e adaptação acadêmica (Questionário de Adaptação ao Ensino Superior).
Realizar-se-á investigação quantitativa dos dados obtidos por meio de análises estatísticas descritivas, medidas de distribuição, tendência central, variabilidade, correlações e regressões.