Banca de DEFESA: ALEX BARBOSA ABREU PINTO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ALEX BARBOSA ABREU PINTO
DATA : 31/03/2025
HORA: 10:00
LOCAL: GOOGLE MEET
TÍTULO:

O PROCESSO CRIATIVO DE COMPOSIÇÃO DE MÚSICA POPULAR: um estudo de casos múltiplos


PALAVRAS-CHAVES:

processo criativo; estética; composição musical; MPB; fado.


PÁGINAS: 319
RESUMO:

Esta pesquisa investigou o processo criativo de composição musical, a partir de pressupostos  teóricos da psicologia socio-histórica, da filosofia da linguagem e da estética, de dois compositores de música popular. Tratou-se de um estudo de casos múltiplos, constituído por dois estudos independentes – ambos estudos qualitativos e de caráter exploratório. O Estudo I foi realizado no Brasil, na cidade do Recife; o Estudo II, em Portugal, na cidade de Lisboa. Participaram do Estudo I um compositor de música popular brasileira (MPB) – o cantautor Zeh Rocha – e dois apreciadores de sua obra musical. Participaram do Estudo II uma compositora de fados – a fadista Fátima Garcia – e dois apreciadores de seu trabalho artístico. Ambos os estudos tiveram como objetivos específicos: (a) compreender aspectos da história de vida do(a) compositor(a) participante e sua história com o universo mais amplo da música; (b) investigar a história do(a) compositor(a) com o universo mais específico da composição musical; (c) investigar aspectos da história de vida de dois interlocutores da obra
musical do(a) compositor(a) participante, assim como suas histórias com o universo da música; (d) analisar uma canção – e o processo de composição desta canção – composta pelo(a) compositor(a) participante; (e) analisar a reação estética dos participantes interlocutores, resultante da apreciação desta mesma canção, e (f) analisar o processo criativo do(a) compositor(a) participante. O objetivo principal dos Estudos foi buscar compreender o processo criativo dos compositores participantes, e, como e em que medida, os(as) apreciadores(as) da obra musical de cada um desses compositores participaram do processo criativo de composição musical destes artistas. À construção dos dados do Estudo I, realizou-se: (1) entrevista do tipo depoimento pessoal, com o compositor Zeh Rocha, e (2) entrevistas semiestruturadas com os dois apreciadores das composições de Zeh Rocha. A identificação e contato com os dois apreciadores se deu através da imersão do
pesquisador em dois ambientes virtuais criados por Zeh Rocha: 1) perfil em aplicativo de rede social Instagram, e 2) grupo público de rede social virtual (Facebook). No Estudo II, à construção dos dados, realizou-se: (1) entrevista do tipo depoimento pessoal com a fadista Fátima Garcia, e (2) entrevistas semiestruturadas com dois apreciadores da obra musical desta artista. A identificação e contato com estes apreciadores se deu através da imersão do pesquisador no bairro da Mouraria, bairro onde reside a fadista. Este processo de imersão foi
realizado através da atividade de flânerie. À análise dos dados, em ambos os Estudos, recorreu-se à proposta metodológica dos Núcleos de Significação, e ao modelo dos 5A, este fundamentado em pressupostos teórico-metodológicos da psicologia cultural da criatividade. Quantos aos resultados do Estudo I, a análise dos núcleos de significação, inferidos a partir das entrevistas com o cantautor Zeh Rocha (ator), e os(as) apreciadores(as) Manoel e Berta (audiência), não permite inferir qualquer participação direta destes dois últimos participantes no processo criativo de composição da canção “Bumba-meu-boi da Boa Hora” (artefato), de Zeh Rocha. No entanto, os resultados da análise permitem apenas refletir acerca da influência indireta de Manoel e Berta no processo criativo de composição da canção. Essa influência não se deu por um contato direto ou uma troca consciente de ideias entre os participantes, mas por uma "sintonia" destes participantes - contemporâneos e conterrâneos que, e, ao longo de toda a vida, relacionaram-se com notável frequência e intensidade com o universo das artes, cada qual a seu modo - com a dimensão artística e cultural da época, os anseios e os valores de um grupo social que valorizava a cultura popular, a MPB como instrumento de resistência e a música como expressão de uma busca por identidade e espiritualidade. Compreende-se que a canção/artefato "Bumba-meu-boi da Boa Hora" foi engendrada a partir do diálogo com esses elementos, e, assim, representa um ponto de convergência entre as histórias de vida e vivências culturais dos participantes, e o processo criativo de Zeh Rocha. De modo semelhante, no Estudo II, a análise dos núcleos de significação, inferidos a partir das entrevistas com a fadista e compositora Fatinha (ator), e os(as) apreciadores(as) Miguel e Mariana (audiência), não permite inferir participação direta destes dois últimos participantes no processo criativo de composição em si, do fado “Amar é Padecer” (artefato), de autoria de Fatinha. Porém, os resultados sugerem participação direta destes participantes (principalmente, do participante Miguel) no desenvolvimento e amadurecimento artístico da fadista Fatinha. Compreende-se a “superação do acanhamento” e a conquista da espontaneidade, possibilitados à fadista pelos participantes apreciadores, são aspectos cruciais na trajetória de Fatinha, que levaram ao “desabrochar” de sua faceta compositora, culminando, consequentemente, no processo criativo de composição do fado "Amar é padecer".


MEMBROS DA BANCA:
Externa ao Programa - 3205409 - FATIMA MARIA LEITE CRUZ - UFPEExterna ao Programa - 1962175 - LUCIANA FERREIRA MOURA MENDONCA - UFPEExterna à Instituição - ANDREA VIEIRA ZANELLA - UFSC
Externa à Instituição - FABIOLA MONICA DA SILVA GONCALVES - UEPB
Externo à Instituição - JULIO RIBEIRO SOARES - UERN
Notícia cadastrada em: 25/03/2025 08:19
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação (STI-UFPE) - (81) 2126-7777 | Copyright © 2006-2025 - UFRN - sigaa05.ufpe.br.sigaa05