MORAR, CURTIR E TRABALHAR NO SÍTIO HISTÓRICO: imaginando minha vida em Olinda
Psicologia sociocultural; Imaginação; Direito à cidade; Análise Microgenética
As cidades são mais do que conjuntos geográficos ou estruturas físicas, elas constituem espaços vivos (Lynch, 1960) que circunscrevem o desenvolvimento humano por meio de arranjos socioespaciais específicos (Jovchelovitch et al., 2020). O Sítio Histórico de Olinda (SHO), reconhecido como Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela Unesco desde 1982, constitui um espaço urbano único para a investigação da relação entre os seres humanos e o ambiente urbano. Fundamentado na psicologia sociocultural, especialmente na perspectiva de imaginação enquanto expansão de experiência conforme proposto por Zittoun e Cerchia (2013), o presente estudo tem o objetivo de investigar o imaginar de moradores do SHO sobre o local que habitam. Utilizar-se-á morar, curtir e trabalhar no Sítio Histórico de Olinda como categorias analíticas, ancoradas no conceito de direito à cidade (Lefebvre, 1968). Propõe-se um método desenvolvido em duas etapas de construção: a primeira dedicada à aplicação de um formulário eletrônico com 16 perguntas direcionadas aos moradores do SHO com mais de 18 anos. A segunda etapa se caracteriza pela realização de entrevistas semiestruturadas e pela utilização do instrumento Caixa de Surpresas (Moutinho, et al., 2020) com três moradores que tenham participado da etapa I. Este estudo se caracteriza como uma investigação qualitativa, idiográfica e desenvolvimental, uma vez que há o interesse por acompanhar o processo de mudança no ato imaginativo ao longo do tempo, seguindo os pressupostos da psicologia sociocultural. Será utilizada a análise microgenética histórico-relacional como ferramenta de investigação dos dados. Os resultados esperados incluem o aprofundamento teórico sobre o papel da imaginação na relação entre indivíduo e espaço urbano, em especial um centro histórico cultural reconhecido como Patrimônio da Humanidade. Além disso, espera-se que os achados contribuam para debates de políticas públicas voltadas para a construção de cidades mais sustentáveis, e que considere a participação daqueles que vivem nestes espaços urbanos. Espera-se, ainda, que o estudo signifique uma consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU, em especial ao ODS 11.