Banca de DEFESA: RAYANNE GLEYCE OLIVEIRA DOS SANTOS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: RAYANNE GLEYCE OLIVEIRA DOS SANTOS
DATA : 25/02/2025
HORA: 08:30
LOCAL: https://meet.google.com/gsf-herc-qwy
TÍTULO:

AVALIAÇÃO DOS DANOS GENÔMICOS NO ISÓPODO Excirolana carangis VAN NAME, 1920 (CRUSTACEA) EM PRAIAS ARENOSAS DE PERNAMBUCO, BRASIL

PALAVRAS-CHAVES:

Bioensaios; Biomarcadores; Ensaio de Micronúcleo; Genotoxicidade; HPAs.

PÁGINAS: 72
RESUMO:

Este trabalho visa estabelecer o protocolo de ensaio de micronúcleo para o isopoda da espécie Excirolana carangis, além de aplicar essa técnica para detectar danos genotoxicológicos causados pela exposição do organismo a Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs) presentes na fração solúvel do petróleo bruto na água. As coletas foram realizadas na praia arenosa de Catuama e de Pilar, no litoral Norte de Pernambuco. Os organismos foram encaminhados vivos para o laboratório, sendo alguns submetidos para realização da extração de hemolinfa através de uma perfuração diretamente no coração dos isópodos com um microtubo de capilaridade, para realização de três testes de esfregaço direto (ED) e coloração de lâminas para microscopia:  1. ED, Anticoagulante e Giemsa, 2. ED e Giemsa, 3. ED e May-Grunwald-Giemsa. As células da hemolinfa foram analisadas quanto a presença de micronúcleos (MN) e outras alterações morfológicas nucleares, que são indicadoras de um potencial estresse ambiental. Outros organismos foram submetidos para cultivo e aclimatação em aquário, com condições controladas (salinidade 35, fotoperíodo (12h/12h), temperatura 27°C ± 1, aeração e alimentação diária). Após cinco dias, os organismos foram colocados em potes de vidro de 250 mL, contendo 200 mL de água do mar ou da solução-teste (12,5; 25; 50 e 100% da FSA) e 25 g sedimento da área de coleta, mantendo as condições citadas anteriormente por 96h, porém sem alimentação. Devido à volatilidade dos HPAs, foi escolhido o teste semi-estático, com renovação de solução a cada 24h. Os HPAs foram identificados e quantificados, com um cromatógrafo a gás acoplado a um espectrômetro de massas, nas soluções de entrada e saída do experimento. Os dados dos testes para o protocolo de ensaio de micronúcleo apontam maior eficácia e praticidade no esfregaço realizado sem a utilização de anticoagulante com Giemsa. A frequência média de células micronucleadas observadas nestes testes foi < 3 MN‰, indicando que os organismos estavam saudáveis. Os organismos submetidos ao experimento tiveram a frequência média diferente do controle (0,83 MN‰) e superior aos valores de referência (> 3 MN‰), sendo evidenciada a contaminação nas diferentes diluições da FSA, bem como a relação de proporcionalidade direta entre a quantidade das alterações genotóxicas observadas e as concentração de HPAs utilizadas. Os resultados desta pesquisa pioneira fornecem uma estimativa dos impactos causados pela presença do contaminante, indicando efeitos subletais e invisíveis, além de outros riscos potenciais à saúde da população dos isópodos da espécie Excirolana carangis. A utilização de bioensaios e a técnica de ensaio de micronúcleo em isópodos se destaca pela simplicidade e baixo custo para aplicação, alta sensibilidade da espécie e obtenção de dados rápidos e confiáveis que podem ser facilmente replicados para um monitoramento em larga escala e com outras espécies sentinelas. Além de auxiliar na compreensão dos impactos e nível de contaminação que os organismos podem ter devido à exposição que estão sujeitos no ambiente devido as ações antrópicas, contribuem para um monitoramento ambiental eficaz de riscos genotóxicos e criação de normas para controle e mitigação das concentrações de compostos tóxicos do petróleo em ambientes marinhos. 

MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1999153 - JESSER FIDELIS DE SOUZA FILHO
Externa ao Programa - 2581104 - MONICA LUCIA ADAM - UFPEExterna à Instituição - JULIANNA DE LEMOS SANTANA